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sábado, 14 de junho de 2025
risco epidêmico

Surto de influenza A aumenta internações por síndrome respiratória

O vírus influenza A ultrapassou a Covid-19 como principal causa de mortes por SRAG entre a população idosa

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 24 de maio de 2025
Surto de influenza A aumenta internações por síndrome respiratória. | Foto: Reprodução/Istock

O avanço expressivo da influenza A no Brasil tem provocado um aumento significativo nas internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), principalmente entre crianças e idosos. A situação já colocou em estado de alerta as redes de saúde de 14 capitais do país.

Levantamento divulgado pela Fiocruz em maio, através do boletim InfoGripe, revela que o vírus influenza A ultrapassou a Covid-19 como principal causa de mortes por SRAG entre a população idosa. No público infantil, o patógeno também se posiciona entre os três principais responsáveis por óbitos relacionados a complicações respiratórias.

Desde o início do ano epidemiológico de 2025, foram registrados 56.749 casos de SRAG no território nacional. Deste total, 46,5% tiveram resultado positivo para algum vírus respiratório, enquanto 38,5% foram descartados e 8,7% seguem sob investigação laboratorial. Entre os casos confirmados, 15,3% foram atribuídos à influenza A, proporção que dobrou nas últimas quatro semanas, atingindo 30,1%.

A alta de internações já pressiona as unidades de terapia intensiva (UTIs), que operam com taxas de ocupação superiores a 85% em alguns estados, conforme dados das secretarias estaduais de saúde. No Rio de Janeiro, por exemplo, a rede pública iniciou a abertura de alas extras em três hospitais estaduais, antecipando-se ao período mais rigoroso do inverno.

Em relatório adicional, a Fiocruz chama atenção para o crescimento das tendências de longo prazo, avaliadas em seis semanas, e de curto prazo, em três semanas, indicando um agravamento da circulação viral no país. Além da influenza A, outros vírus respiratórios também apresentam destaque: o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por 42,7% dos casos positivos em 2025; o rinovírus, com 25,8%; e o Sars-CoV-2, que responde por 16,1% das infecções identificadas até o momento.

Sintomas e risco epidêmico

A influenza A é considerada uma das formas mais comuns de gripe, englobando variantes com potencial epidêmico, como H1N1, H5N1 e H3N2, que historicamente provocaram surtos sazonais em diversas partes do mundo. Embora suas manifestações clínicas se assemelhem às de outros tipos de gripe, a infecção pelo vírus influenza A costuma se apresentar de maneira clássica, com febre alta e de início súbito, acompanhada de dores no corpo e na cabeça, inflamação ou dor de garganta, congestão nasal, coriza, tosse, espirros, além de fadiga e sensação de mal-estar.

Especialistas explicam que a intensidade ou a evolução dos sintomas não está necessariamente ligada à cepa viral específica, mas, sim, às características individuais do paciente, como a condição imunológica. Dessa forma, apenas exames laboratoriais específicos podem determinar com precisão qual subtipo viral foi responsável pela infecção.

Entre os grupos mais vulneráveis estão idosos e crianças, que possuem imunidade mais baixa ou ainda em desenvolvimento. Nesses casos, o quadro pode se manifestar com maior severidade e duração, além de, eventualmente, incluir sinais gastrointestinais, como náuseas, vômitos e episódios de diarreia. Justamente por apresentarem maior risco de complicações, esses grupos são prioritários na vacinação anual contra a gripe, medida considerada essencial para prevenir desfechos mais graves.

No que diz respeito à duração da enfermidade, a influenza A costuma seguir o mesmo padrão das demais gripes, com um ciclo médio de sete a dez dias. Os primeiros três dias são, geralmente, os mais críticos, marcados pela presença intensa de febre e desconfortos sistêmicos. Após esse período, observa-se uma redução gradual da temperatura corporal e o alívio progressivo dos demais sintomas, até a completa recuperação.

Por se tratar de uma doença autolimitada, a infecção é combatida pelo próprio sistema imunológico, sendo o tratamento voltado ao alívio dos sintomas e à promoção do bem-estar do paciente. A recomendação médica inclui repouso, hidratação adequada e, quando necessário, o uso de medicamentos para reduzir febre e dor, sempre com o objetivo de evitar complicações e assegurar uma recuperação plena.

Cuidados essenciais para a recuperação

Em casos de infecção pelo vírus da gripe, especialistas recomendam evitar esforços que possam sobrecarregar um organismo já fragilizado, comprometendo sua capacidade de reação e favorecendo, ainda, a disseminação do vírus entre outras pessoas.

A febre, um dos sintomas mais comuns, representa um risco adicional: pode provocar desidratação, especialmente quando associada a condições climáticas que ressecam as mucosas e agravam o desconforto respiratório. Por isso, médicos destacam a importância de manter uma hidratação constante, como forma de minimizar complicações e acelerar a recuperação.

Durante o processo de combate ao agente viral, o corpo mobiliza grande parte de suas reservas energéticas e nutrientes essenciais. Por esse motivo, uma alimentação equilibrada, leve e rica em vitaminas e minerais, como zinco, selênio e vitamina C, torna-se fundamental para reforçar as defesas naturais e favorecer a melhora clínica.

Alimentos quentes, preparados com ingredientes que possuem propriedades terapêuticas adicionais, são especialmente indicados. Caldos, canjas, sopas e chás despontam entre as escolhas mais recomendadas, devendo-se evitar temperos muito fortes, mas priorizando elementos como alho, cebola, gengibre e limão, reconhecidos por seus benefícios ao sistema imunológico.

No tratamento sintomático, os antigripais seguem como aliados importantes. Esses medicamentos reúnem substâncias que ajudam a reduzir a dor, aliviar manifestações alérgicas e controlar a febre, proporcionando mais conforto ao paciente enquanto o organismo combate a infecção.

A vacinação anual é considerada a medida mais eficaz para prevenir a gripe A. | Foto: Reprodução/Istock

Prevenção eficaz contra a gripe A

A vacinação anual é considerada a medida mais eficaz para prevenir a gripe A, especialmente entre grupos de risco, como gestantes, crianças pequenas, idosos, pessoas com doenças crônicas e profissionais da saúde. A imunização reduz significativamente as chances de complicações graves e de disseminação do vírus.

Além da vacina, ações simples como lavar as mãos com frequência, usar álcool em gel, cobrir o rosto ao tossir ou espirrar e evitar o contato com pessoas gripadas são essenciais. Também se recomenda permanecer em casa ao perceber os primeiros sinais da doença e evitar levar as mãos aos olhos, boca e nariz, pontos de fácil entrada para o vírus.

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