Bolsonaristas querem chapa “raiz” na eleição de Goiás
Ao Hoje, Gustavo Gayer afirma que elegeram bons parlamentares: “Mesmo assim ainda passaram algumas ‘Joices Hasselmanns’, vamos afunilar ainda mais para barrar esses mal-intencionados logo de cara”
Para 2026, bolsonaristas goianos querem chapa mais alinhada aos seus ideais. Com o temor de novas traições e dissidências, os membros do Partido Liberal (PL) querem se afastar de “oportunistas” e formar um time com candidatos que de fato são ideologicamente ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao conservadorismo. A preocupação ocorre em um momento em que o vereador Major Vitor Hugo (PL) tenta articular com a base caiadista para uma composição na próxima eleição geral. Nesta segunda-feira (26), em uma nova ofensiva, Vitor Hugo se reuniu com o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), e fez uma chamada de vídeo com Bolsonaro. O ato foi compreendido como uma provocação às lideranças do PL goiano.
Em uma entrevista ao Jornal O HOJE, divulgada nesta segunda-feira (26), o vice-presidente estadual do PL, Fred Rodrigues, garantiu que as ações do vereador são isoladas, uma vez que o presidente estadual, o senador Wilder Morais, o presidente municipal, Gustavo Gayer, e ele mesmo pensam iguais sobre o caminho da sigla no estado. Entendem que não há espaço na base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e que devem traçar o próprio projeto, visto que uma composição impossibilitaria, automaticamente, as candidaturas de Wilder ao governo de Goiás, de Gayer ao Senado e de Bolsonaro como presidente. Apesar de estar inelegível até 2030, Fred considera que não incluir o ex-presidente seria aceitar a situação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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Ao Jornal O HOJE, o presidente do PL de Goiânia e deputado federal, Gustavo Gayer, disse que o desejo da sigla é que o povo de Goiás se veja representado de fato nos políticos. “Não faz sentido que um estado com perfil conservador como o nosso seja palco para pessoas que não lutem pelos princípios e valores mais caros que temos: a vida, nossas famílias, nossa liberdade, o exercício da nossa fé em Deus. Isso é inegociável. Então, esse filtro já deve começar na chapa. Nosso senador Wilder Morais é o nosso cabeça. Como presidente estadual do PL, as decisões finais serão dele. Eu espero contribuir na formação da chapa de acordo com o que ele precisar”, afirma.
Gayer explica que são de direita, são conservadores e são apoiados pelo ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL) – o qual ainda se refere como “presidente”. “Fizemos campanha de graça para ele duas vezes e vamos fazer a terceira no ano que vem, se Deus quiser”, ressalta. Ainda: “Vamos buscar caminhar ao lado de quem tem a bússola moral apontada nessa mesma direção”. “Elegemos parlamentares comprometidos com a verdade e atuantes pela liberdade e dignidade do povo de bem. Vereadores, deputados estaduais, deputado federal, um senador. Mesmo assim ainda passaram algumas ‘Joices Hasselmanns’, vamos afunilar ainda mais para barrar esses mal-intencionados logo de cara”, completa.
Major Vitor Hugo
Nesta segunda-feira (26), o vereador do PL agiu, novamente, contra às lideranças do partido em Goiás: visita Mabel em mais um ‘flerte’ com a base caiadista. Na ocasião, fez uma chamada de vídeo para Jair Bolsonaro. À imprensa, no entanto, apontou que: “Hoje, segunda-feira, tive uma excelente reunião com o prefeito Sandro Mabel, tratando de projetos importantes que apresentei na Câmara Municipal para melhorar a vida da nossa gente em Goiânia. Falamos sobre propostas que vão desde regras para operações de carga e descarga até valorização cívica, passando por segurança urbana, inteligência municipal e concursos da Guarda Civil Metropolitana”, disse.
“Durante a conversa, tive também a oportunidade de fazer uma ligação de vídeo para o presidente Jair Bolsonaro. Foi uma conversa amistosa, com foco no futuro da nossa querida capital e na reaproximação entre o chefe do Executivo municipal e a maior liderança da direita no Brasil. Seguimos firmes, trabalhando por Goiânia e por um Brasil com mais ordem, respeito e liberdade”, afirma. No meio político, todavia, a ação que aparenta ser corriqueira, foi tratada como uma afronta indireta aos planos de Wilder, Gayer e Fred.