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SAÚDE

Tireoide afeta 50% da população brasileira e doenças atingem mais as mulheres

Em 2024, mais de 40 mil exames de imagem da glândula foram realizados, com 86% dos casos entre mulheres

Thais Airespor Thais Aires em 27 de maio de 2025
Tireoide

Quase metade da população brasileira convive com alterações na tireoide, uma glândula pequena, mas essencial para o funcionamento do corpo. No Dia Internacional da Tireoide, celebrado no último dia 25 de maio, especialistas alertam para o impacto dessas doenças, que atingem especialmente as mulheres.

Nos últimos cinco anos, aproximadamente 229 mil exames de imagem da tireoide foram realizados no Brasil, segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI). Desses, cerca de 130 mil apresentaram possíveis alterações. Apenas em 2024, foram contabilizados 40 mil exames, com predominância feminina: 86,31% dos procedimentos foram realizados em mulheres.

Mulheres lideram os diagnósticos, mas doenças podem atingir todas as idades

De acordo com os dados, as mulheres são o grupo mais afetado, com 35 mil exames feitos somente no ano passado. Embora haja essa predominância, especialistas destacam que as doenças da tireoide podem afetar todas as faixas etárias. Entre os pacientes que realizaram exames, 55,39% são adultos, 38,15% idosos, 3,57% adolescentes e 2,89% crianças.

As patologias mais comuns da glândula são os nódulos — presentes em até 50% da população — e o hipotireoidismo, quando há uma redução do funcionamento da tireoide. Outras condições frequentes incluem o hipertireoidismo e o bócio, caracterizado pelo aumento do volume da glândula.

“O papel da tireoide no corpo é como o de uma pilha que regula o metabolismo. Quando há hipotireoidismo, a ‘pilha’ funciona fraca; já no hipertireoidismo, acontece o oposto, com aceleração do metabolismo”, explica o Dr. Harley De Nicola, especialista em ultrassonografia e radiologia intervencionista.

Além de regular o metabolismo, a tireoide influencia funções como crescimento, memória, fertilidade e humor. Por isso, é importante estar atento aos sinais que o corpo apresenta e realizar exames preventivos quando necessário.

Tireoide
A tireoide afeta mais mulheres, representando 86,31% dos exames

Exames identificam milhares de casos de Tireoide todos os meses

A média mensal de exames com possíveis alterações na tireoide é de aproximadamente 2 mil. Entre os principais diagnósticos estão a tireoidite autoimune, nódulos, cistos e exames de acompanhamento após tireoidectomia — a cirurgia de remoção total ou parcial da glândula.

O diagnóstico é realizado, principalmente, por meio de exames de imagem, como a ultrassonografia da tireoide, que pode ser complementada com Doppler Colorido, além da punção aspirativa por agulha fina guiada por ultrassom e exames laboratoriais para dosagem hormonal. Em alguns casos, procedimentos de medicina nuclear também são indicados.

O tratamento depende do tipo de disfunção e pode incluir medicamentos, cirurgia ou técnicas como a ablação de nódulos. Além disso, a adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e prática regular de atividades físicas, é recomendada.

Entre os fatores de risco para doenças da tireoide estão idade, sexo, predisposição genética, deficiência de iodo e doenças autoimunes. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que, entre 2023 e 2025, o Brasil deve registrar cerca de 16.660 novos casos de câncer de tireoide por ano, sendo a maioria em mulheres (14.160 casos) e um número bem menor em homens (2.500).

Embora a maior parte das alterações seja benigna, há casos que podem evoluir para câncer, especialmente quando associadas à tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune. “Aproximadamente 90% dos nódulos são benignos. Dos 10% restantes, a maioria são carcinomas papilíferos, que têm excelente resposta ao tratamento. A sobrevida é de quase 100% em 10 anos”, afirma o Dr. Harley.

O médico também destaca a importância do diagnóstico precoce e da conscientização: “Além desses fatos, é importante estar atento a todos os sinais que o corpo pode apresentar. Conhecer sobre a doença é uma forma de cuidado consigo mesmo e com as pessoas ao seu redor”, orienta.

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