Durante a quarta semana do julgamento contra Sean “Diddy” Combs, uma mulher identificada apenas com o pseudônimo “Jane” prestou depoimento descrevendo episódios de abuso sexual e psicológico enquanto mantinha um relacionamento com o artista. As declarações, apresentadas nesta sexta-feira (6), indicam que o rapper teria forçado a testemunha a participar de encontros sexuais com outros homens, mesmo após sinais de desconforto físico e emocional.

Segundo Jane, essas situações envolviam uso frequente de drogas, como ecstasy, e ocorriam majoritariamente em hotéis, onde Combs a incentivava a manter relações sexuais múltiplas sob sua supervisão. Ela relatou que, mesmo ao demonstrar cansaço, fome ou dor, recebia respostas do tipo “termine com força” por parte do rapper. Após um dos encontros, em que chorou, ele teria apenas respondido: “Não faça isso agora. Estou muito chapado”.

Jane contou que chegou a perder a consciência após tomar ecstasy fornecido por Combs, e que em outra ocasião, mesmo tentando permanecer sóbria, acabou vomitando após relações com dois homens. Ao ouvir dela que estava enjoada, o artista teria dito: “Você vai se sentir melhor agora que vomitou. Então, vamos lá.” Em seguida, ela foi obrigada a manter relações com um terceiro homem. “Me sentia repulsiva”, afirmou.

O depoimento de Jane ecoa as declarações feitas anteriormente por Cassie, ex-namorada de Comb, que também relatou abusos físicos e sexuais. Cassie descreveu eventos similares, conhecidos entre o círculo do artista como “freak-offs” — maratonas sexuais com homens contratados, muitas vezes em sequência. Jane se referiu a esses episódios como “noites de hotel” e aos participantes como “artistas”.

Abalada, Jane afirmou que suportava os abusos pelo tempo que conseguia passar sozinha com Combs depois dos encontros. “Eu realmente lutava para bloquear o quão triste eu estava depois”, disse. Em mensagens que trocou com o rapper, escreveu: “Meu coração está realmente nisso e está se partindo”.

O impacto físico das experiências também foi descrito em detalhes: dores crônicas nas costas, infecções urinárias recorrentes, lesões na região pélvica. Cassie, que também testemunhou no caso, relatou consequências similares após encontros prolongados envolvendo drogas e sexo com profissionais.