Família de Davi Sebba cobra justiça 13 anos após execução por policiais em Goiânia
Julgamento é adiado por recursos dos réus e reacende debates sobre violência policial e impunidade em Goiás.

Neste sábado (5), o assassinato do advogado Davi Sebba completa 13 anos. A família voltou a cobrar agilidade da Justiça, já que o caso, marcado por uma execução cometida por policiais militares em Goiânia, ainda não teve desfecho. Desde 2012, os três réus recorrem em diferentes instâncias, atrasando o julgamento definitivo.
Jonathas Atenevir Jordão, autor confesso do disparo, teve todos os recursos negados no TJ-GO, STJ e STF. Já Edinailton Pereira de Souza e Luiz Frederico de Oliveira aguardam nova decisão do Supremo. Ambos são acusados de homicídio, fraude processual, porte ilegal de arma raspada e usurpação de função pública. O julgamento só poderá acontecer após o fim dos recursos.
A vítima foi morta dentro do estacionamento de um supermercado, enquanto fazia compras para a esposa que estava na maternidade. Três policiais à paisana abordaram Davi, que acabou baleado no peito. Segundo a perícia, ele estava com as duas mãos no volante no momento do disparo. O inquérito concluiu que ele foi executado sem chance de defesa, e que a arma encontrada no carro foi plantada.
Para a família, o caso de Davi simboliza um cenário de violência institucional recorrente em Goiás. “Desde a Chacina do Parque Oeste Industrial, a violência policial se tornou rotina. Hoje já há práticas consolidadas de execuções, invasões e desaparecimentos forçados”, denunciaram, em nota.
Em 2022, o TJ-GO classificou o crime como homicídio doloso qualificado e reconheceu o abuso policial. Familiares, amigos e colegas de profissão seguem na luta por justiça. “A demora só aumenta a dor. Policiais que matam precisam ser punidos para que esse ciclo de impunidade chegue ao fim”, reforçaram.
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