Sol nos olhos pode custar a visão
Especialistas alertam para os perigos da exposição solar durante as férias e ensinam como proteger a saúde ocular
Com a chegada das férias, aumentam as atividades ao ar livre e a exposição prolongada ao sol. Se o uso do protetor solar já virou hábito entre muitos brasileiros, o mesmo não se pode dizer sobre os cuidados com os olhos. Pouco lembrada, a proteção ocular contra os raios ultravioletas é essencial para evitar doenças sérias que podem comprometer a visão de forma temporária ou até permanente.
Segundo o presidente da Sociedade Goiana de Oftalmologia (SGO), Henrique Rocha, os raios UV conseguem penetrar nos tecidos oculares e danificá-los silenciosamente. “A exposição prolongada pode provocar desde inflamações até degenerações irreversíveis da retina”, afirma o médico. Ele reforça a importância de evitar o sol entre 10h e 16h, usar óculos com proteção UV e cobrir o rosto com boné ou chapéu sempre que possível.
Entre os principais riscos apontados pelo especialista está a fotoceratite, inflamação da córnea que causa dor, vermelhidão e lacrimejamento. Outro perigo frequente é a catarata precoce, em que a lente do olho perde transparência e prejudica a nitidez da visão. Também comum em regiões tropicais é o pterígio, conhecido como “carne no olho”, provocado por exposição crônica à luz solar.
Rocha ainda destaca a degeneração macular, que afeta a parte central da retina e pode ser acelerada pelos raios UV. Há também o risco de retinopatia solar, que pode causar pontos cegos e comprometer a formação de imagens, além da chamada cegueira momentânea, típica de quem olha diretamente para o sol e sofre borramentos visuais.
A prevenção é simples: bons óculos de sol, chapéus e atenção aos horários de maior intensidade solar. O recado é claro: proteger os olhos é tão importante quanto passar filtro solar na pele.