Caiado cria linha de crédito para preservar economia goiana em meio às tarifas dos EUA
Medida inclui juros abaixo do mercado, exigência de manutenção de empregos e fundo de garantia para pequenos e médios empresários
O governador Ronaldo Caiado anunciou neste sábado (19) a criação de uma linha de crédito para empresas goianas com atuação no mercado internacional, especialmente voltadas à exportação para os Estados Unidos. A iniciativa, segundo ele, é uma resposta aos impactos previstos com a entrada em vigor de novas tarifas sobre produtos brasileiros, marcada para 1º de agosto.
O pacote estadual inclui financiamento com taxas abaixo das praticadas no mercado, exigência de preservação de empregos durante o período de acesso ao crédito e a formação de um grupo de trabalho com representantes do governo e do setor produtivo. O objetivo, segundo o governador, é adotar medidas imediatas para resguardar a economia goiana diante do agravamento da crise comercial entre os dois países.
Segundo comunicado do Governo de Goiás, as condições da linha de crédito foram estruturadas com base em créditos de ICMS de exportação. O financiamento terá juros inferiores a 10% ao ano, percentual abaixo das taxas aplicadas por programas federais, como BNDES, Plano Safra e fundos constitucionais. Não haverá uso direto de recursos públicos no aporte.
O crédito é voltado a empresas com alta exposição nas exportações para o mercado norte-americano, com destaque para o setor agroindustrial. Entre os produtos atingidos pelas tarifas estão soja, carne e derivados do aço. A contrapartida exigida será a manutenção do número de trabalhadores contratados durante o período de vigência do contrato.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Caiado declarou que o governo federal ainda não apresentou medidas para lidar com os efeitos da crise. Ele defendeu a adoção de respostas estaduais como forma de preservar a atividade econômica. Durante viagem oficial ao Japão, afirmou que se manifestará sobre as implicações políticas do episódio apenas após retornar ao Brasil.