Beber café em jejum é um hábito comum para muitas pessoas ao redor do mundo, especialmente por conta do estímulo que a cafeína proporciona logo nas primeiras horas da manhã. Apesar das dúvidas frequentes sobre possíveis malefícios dessa prática, especialistas afirmam que, na maioria dos casos, tomar café com o estômago vazio não representa riscos significativos à saúde.

Dados da Associação Nacional do Café dos Estados Unidos indicam que nove em cada dez consumidores tomam a primeira xícara do dia antes mesmo do café da manhã. O costume se justifica tanto pelo estímulo físico quanto pelo conforto emocional que a bebida oferece. O sistema digestivo é altamente eficiente, o que torna o café seguro mesmo quando consumido em jejum. No entanto, há algumas exceções.

Para pessoas sensíveis ao ácido estomacal, a bebida pode causar desconfortos como azia e refluxo. Isso ocorre porque, sem a presença de alimentos no estômago, a produção de ácido gástrico aumenta, e a válvula entre estômago e esôfago pode relaxar, permitindo o retorno do ácido. Nesses casos, a recomendação é evitar o café preto puro logo ao acordar ou, como alternativa, adicionar um pouco de creme de leite com baixo teor de gordura, que ajuda a proteger a mucosa gástrica.

Outras alegações comuns, como a de que o café aumenta os níveis de cortisol, hormônio relacionado ao estresse, são relativizadas por estudos recentes. O site especializado em saúde Healthline esclarece que consumidores habituais tendem a ter uma produção reduzida de cortisol ao consumir café, mesmo em doses mais altas. Os picos hormonais, quando ocorrem, são transitórios e não costumam apresentar riscos a longo prazo.

A revista médica Health também reforça que, em pessoas saudáveis, tomar café em jejum não costuma provocar efeitos adversos. Ainda assim, a moderação é essencial. Especialistas recomendam não ultrapassar 400 mg de cafeína por dia, o equivalente a cerca de quatro xícaras de café coado.

O consumo moderado de café, inclusive, pode trazer benefícios relevantes à saúde. De acordo com o Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue dos EUA, há indícios de que essa prática está associada à redução do risco de morte prematura. Além disso, beber café pela manhã, em vez de à tarde ou à noite, tende a ter impacto menor nos padrões de sono, fator importante para o equilíbrio do organismo e para a saúde cardiovascular.

Estudos também apontam efeitos anti-inflamatórios mais perceptíveis nas primeiras horas do dia. Isso pode beneficiar pessoas que acordam com dores musculares ou cefaleia, além de contribuir para a saúde metabólica.

Dentre os benefícios mais amplos do café consumido com moderação, destacam-se a redução do risco de doenças como Parkinson, Alzheimer, diabetes tipo 2, câncer de fígado e doenças hepáticas em geral, incluindo cirrose. O consumo da bebida também pode ajudar na prevenção de cálculos renais e biliares e estar associado a menores índices de síndrome metabólica e doença renal crônica.

Embora beber café em jejum continue sendo uma prática segura para a maioria das pessoas, a recomendação dos especialistas permanece clara: observe como o seu corpo reage e mantenha o consumo dentro dos limites saudáveis.