Venda de losartana dispara no Brasil
Mais de 250 milhões de caixas foram comercializadas em 2023
A hipertensão mantém-se como uma das doenças crônicas mais prevalentes no Brasil e a losartana, entre os medicamentos mais utilizados para seu controle, é peça central nesse cenário. Em 2023, mais de 250 milhões de caixas foram comercializadas no país, segundo o Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico da Anvisa. O volume expressivo reflete a amplitude da condição e a dependência de um tratamento contínuo.
Oferecida gratuitamente ou com desconto pelo programa Farmácia Popular, a losartana bloqueia a ação da angiotensina II, hormônio responsável pela constrição dos vasos sanguíneos e pelo aumento do volume circulante. Ao impedir esse mecanismo, promove a dilatação vascular, melhora o fluxo e reduz a pressão arterial. Também atua diminuindo a produção de aldosterona, o que reduz a retenção de sódio e água no organismo.
O uso do medicamento é indicado quando os níveis pressóricos atingem ou superam 140/90 mmHg. A hipertensão pode se manifestar por tontura, dor de cabeça ou falta de ar, mas, na maioria das vezes, não apresenta sintomas. O risco silencioso exige monitoramento regular e tratamento rigoroso, já que não há cura, apenas controle.
A prescrição inicial costuma ser de 50 miligramas diários, com ajustes graduais. Em idosos, pacientes em uso de diuréticos ou com doenças cardíacas, a dosagem pode variar, chegando ao máximo de 150 mg por dia. É comum a associação com a hidroclorotiazida para potencializar a redução da pressão.
Contraindicado para gestantes, lactantes e pessoas com comprometimento hepático, o fármaco requer avaliação médica prévia e atenção para interações medicamentosas, especialmente com drogas usadas no controle do diabetes. No combate à hipertensão, a losartana não encerra o problema, mas representa um instrumento para evitar complicações como infarto e acidente vascular cerebral.