Empresa pede mais prazo para concluir retirada de lixo em Padre Bernardo
ais de 36 mil m³ de resíduos já foram retirados do córrego Santa Bárbara
A empresa Ouro Verde, responsável pelo lixão de Padre Bernardo, pede à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) a prorrogação do prazo para a retirada dos resíduos que desmoronaram sobre o córrego Santa Bárbara. O prazo original, fixado em Termo de Ajuste de Conduta (TAC), venceu em 15 de setembro. O pedido ainda está em análise.
Até o momento, foram removidos 36,7 mil metros cúbicos de resíduos. Esse volume corresponde a cerca de 87% do total estimado de 42 mil m³, resultado de mais de 4,5 mil viagens de caminhões.
Uma equipe técnica da Semad fará vistoria no lixão e na comunidade nesta terça-feira, 16. O objetivo é verificar a execução da retirada, as condições estruturais do local e ouvir moradores da região. As informações coletadas servirão de base para a decisão sobre a prorrogação.
O material retirado está sendo depositado em uma estrutura provisória impermeabilizada e drenada. Além disso, a Ouro Verde constrói uma nova bacia de contenção de chorume e mantém bombas de drenagem em funcionamento. A medida visa impedir o contato da água do córrego com os resíduos.
Histórico do desmoronamento
O desmoronamento da pilha de lixo ocorreu em 18 de junho de 2025. Funcionários perceberam a instabilidade horas antes do acidente, o que possibilitou o afastamento da área e evitou feridos. No entanto, o episódio só chegou ao conhecimento do Estado pela imprensa, pois a empresa não comunicou oficialmente a Semad.
Nas primeiras semanas após o acidente, não houve ações imediatas da empresa. A ausência de medidas levou a mobilização de órgãos como Semad, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, ICMBio e Prefeitura de Padre Bernardo. Ainda nesse período, a Semad aplicou multa de R$ 37,5 milhões e obteve na Justiça o bloqueio de bens da Ouro Verde.
Em 11 de julho, a Ouro Verde assinou um TAC. O acordo estabeleceu prazos e obrigações, incluindo a retirada de todo o lixo até 15 de setembro de 2025. O prazo agora é alvo do pedido de prorrogação.
O lixão de Padre Bernardo não possuía licença ambiental para operar. Apesar disso, funcionava com base em decisões liminares da Justiça Federal e da Estadual. As autorizações contrariaram pareceres técnicos da Semad e manifestações do Ministério Público Estadual e Federal.