Estudo aponta que atividade física é mais eficaz que remédios para combater depressão
Pesquisa internacional revela que exercícios podem reduzir sintomas em poucas semanas e beneficiar diferentes públicos
Você já percebeu como o corpo parece ganhar outra energia depois de uma caminhada ou até mesmo de uma aula de dança? Pois é, não é só impressão. Um estudo de peso mostrou que a atividade física pode ser uma grande aliada no combate à depressão. Estamos falando de uma pesquisa que acompanhou mais de 128 mil pessoas e chegou a uma conclusão que dá muito o que pensar: em muitos casos, mexer o corpo pode trazer resultados mais rápidos do que os remédios tradicionais. Fique com a gente até o final e saiba tudo a respeito.
O que o estudo descobriu sobre atividade física e depressão
O levantamento, publicado no British Journal of Sports Medicine, reuniu dados de 97 revisões, 1.039 ensaios clínicos e 128.119 participantes. A principal descoberta foi clara: a atividade física apresentou efeitos expressivos na redução dos sintomas de depressão, ansiedade e estresse. E aqui está o detalhe mais marcante: em muitos casos, o impacto foi maior do que o observado com o uso de remédios ou até mesmo com psicoterapia.
O estudo também destacou que os melhores resultados apareceram em programas de até 12 semanas. Ou seja, não foi preciso esperar meses para que as mudanças fossem notadas. Isso mostra que a atividade física pode trazer melhorias perceptíveis em pouco tempo, servindo como um recurso viável para quem busca cuidar da saúde mental de forma prática e acessível.
Quem mais se beneficiou da atividade física
Outro ponto importante do estudo foi observar em quais grupos a atividade física trouxe efeitos mais evidentes. Pessoas com depressão tiveram grandes ganhos, mas não ficaram sozinhas nessa lista. Gestantes e mulheres no período pós-parto, indivíduos saudáveis, pessoas vivendo com HIV e até pacientes com doença renal também mostraram respostas muito positivas.
Isso abre espaço para um debate relevante: a atividade física não é restrita a um único perfil. Pelo contrário, pode ser incorporada em diferentes fases da vida e em variados contextos de saúde. Caminhadas, exercícios de resistência, pilates e até ioga foram avaliados, e todos mostraram impacto favorável. Não se trata de escolher um tipo perfeito, mas sim de encontrar uma atividade física que se encaixe no estilo de vida de cada pessoa.
A pesquisa revelou ainda que a intensidade da atividade física faz diferença. Exercícios mais vigorosos mostraram efeitos mais claros na redução dos sintomas de depressão e ansiedade. Por outro lado, programas mais longos, realizados por períodos acima de 12 semanas, apresentaram efeitos menores.
Isso não significa que a prática deve ser exaustiva ou que atividades leves não têm valor. O ponto central é que cada pessoa pode adaptar a atividade física à sua realidade. O mais importante é manter a constância e perceber que pequenas mudanças já podem oferecer ganhos significativos. Afinal, o movimento, seja em ritmo mais forte ou mais leve, sempre traz benefícios.
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A importância da atividade física na saúde mental global
Segundo estimativas, uma em cada oito pessoas no mundo convive com algum transtorno mental. Isso representa cerca de 970 milhões de indivíduos. Com números tão expressivos, a mensagem do estudo é clara: a atividade física precisa ser vista como parte essencial no cuidado da saúde mental.
Essa prática não substitui tratamentos médicos quando eles são necessários, mas pode ser integrada como uma ferramenta de apoio muito eficaz. A chamada “medicina do exercício” mostra que a ciência já reconhece a atividade física como um recurso terapêutico de grande relevância, capaz de melhorar a qualidade de vida de diferentes públicos.
Ao mesmo tempo, cabe aos profissionais de saúde entender que o cuidado não precisa se limitar à prescrição de medicamentos. Incentivar a atividade física pode ser uma forma prática e acessível de ajudar pessoas a se sentirem melhor, diminuindo sintomas que impactam a rotina e trazendo mais equilíbrio para o dia a dia.
No fim das contas, a atividade física não precisa ser complexa, não exige grandes equipamentos e pode ser adaptada à rotina de cada pessoa. Seja uma caminhada pelo bairro, uma aula de ioga em casa ou um treino mais intenso, o que importa é dar o primeiro passo.
Com evidências tão consistentes, fica o convite: incluir a atividade física na rotina pode ser um gesto de cuidado que vai muito além do físico. É uma forma acessível de promover bem-estar, fortalecer a mente e ampliar a qualidade de vida.