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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Crime premeditado

Filhos planejaram assassinato de fazendeiro por disputa de herança de R$1 bilhão, em Goiás

Prisões ocorreram em Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul; investigação aponta que filhos planejaram assassinato para garantir suas partes da herança de Jefferson Cury, de 83 anos

Eduarda Leitepor Eduarda Leite em 30 de outubro de 2025
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Prisões pelo assassinato premeditado em nome da herança do fazendeiro aconteceram em Goiás, São Paulo e Mato Grosso (Foto/ Reprodução/ PCGO)

A Polícia Civil de Goiás concluiu que dois filhos do fazendeiro e empresário Jefferson Cury, de 83 anos, foram os mandantes do assassinato dele, ocorrido em novembro de 2023, em Quirinópolis, no sudoeste do estado. Segundo as investigações, o crime foi motivado por uma disputa pela herança bilionária do produtor rural.

De acordo com o delegado Adelson Candeo, responsável pelo caso, seis pessoas estão envolvidas na morte de Jefferson Cury — entre elas os dois filhos do empresário, um corretor de imóveis e três funcionários que trabalhavam para a vítima. As prisões ocorreram nesta quarta-feira (29), em Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul, durante a Operação Testamento.

Ainda há um suspeito identificado como o executor dos disparos, que segue foragido. O advogado de Jefferson, que estava com ele no momento do crime, foi baleado na cabeça, mas sobreviveu.

Segundo o delegado, Jefferson planejava transferir todo o patrimônio, avaliado em cerca de R$ 1 bilhão, para uma holding da qual os filhos não fariam parte. A assinatura do novo testamento estava marcada para o dia 29 de novembro de 2023, um dia após o assassinato. 

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Jefferson Cury teve o assassinato planejado pelos próprios filhos, que tinham interesse na herança (Foto: Reprodução/ PMGO)

“Os filhos nunca tiveram relação afetiva com o pai, mas estavam ansiosos pelo dinheiro. É uma ânsia absurda por um patrimônio que ele construiu com muito trabalho”, afirmou o delegado Candeo.

Assassinato ocorreu um dia antes da mudança no testamento

O assassinato aconteceu por volta das 22h20, em uma propriedade rural às margens da GO-206, quando Jefferson e seu advogado foram abordados. O fazendeiro morreu com um tiro no rosto, enquanto o advogado sobreviveu ao ataque.

As investigações apontam que o corretor de imóveis preso lucraria ao menos R$ 50 milhões com a venda de fazendas após a morte do fazendeiro. “Ele já havia ganho R$ 12 milhões em apenas uma ligação, revendendo terras herdadas pelos filhos”, explicou o delegado.

A polícia também identificou que o casal de caseiros e o filho deles participaram do crime, repassando informações sobre os horários da vítima e ajudando na logística da execução.

Disputa por herança bilionária

Para o delegado Candeo, o caso lembra o assassinato dos pais de Suzane von Richthofen, mas com um perfil “mais intelectualizado” pela complexidade do plano e pela motivação financeira.

“Eles sequer foram ao velório do pai. Enquanto a Polícia Militar ainda registrava a ocorrência, um dos filhos já assinava documentos do inventário. Isso mostra a ânsia absurda pelo patrimônio que Jefferson construiu ao longo da vida”, destacou Candeo.

A Operação Testamento cumpriu 14 mandados de busca e apreensão nos três estados envolvidos. O inquérito deve ser concluído em até 30 dias, segundo a Polícia Civil.

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