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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Megaoperação

Ao STF, Cláudio Castro classifica 117 mortos em operação no Rio como “opositores neutralizados”

Documento foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes e detalha a operação que teve 121 mortos, incluindo quatro agentes no Rio

Otavio Augustopor Otavio Augusto em 3 de novembro de 2025
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Governo do Rio justifica megaoperação com 121 mortos e envia relatório ao STF. Foto: Divulgação

O governo do Rio de Janeiro enviou, nesta segunda-feira (3/11), um relatório ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com esclarecimentos sobre a megaoperação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio. A ação, deflagrada em 28 de outubro, teve como alvo o Comando Vermelho (CV) e resultou em 121 mortes, sendo 117 delas classificadas como “opositores neutralizados”.

O documento foi enviado após determinação de Moraes, relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como ADPF das Favelas, que acompanha a atuação das forças de segurança no estado. Além das mortes, o governo informou que quatro civis e 13 agentes de segurança ficaram feridos durante o confronto.

A audiência para tratar do caso ocorreu no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Rio de Janeiro, com a presença de autoridades federais e estaduais. Segundo o texto encaminhado ao Supremo, a operação foi planejada ao longo de dois meses devido à “alta complexidade” do enfrentamento.

Operação no Rio de Janeiro

Castro detalhou que os criminosos estavam fortemente armados e utilizavam vestimentas camufladas para dificultar a identificação. Entre os equipamentos apreendidos, segundo o relatório, havia fuzis, armas de grosso calibre e drones empregados para monitorar as ações policiais.

O governo do estado apresentou ainda uma contextualização sobre a origem e a estrutura do Comando Vermelho, apontado como principal alvo da operação. No documento, o governador argumentou que a ação buscou conter a expansão da facção e retomar o controle territorial de áreas dominadas pelo tráfico.

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Castro apresenta explicações ao STF sobre operação na Penha e no Alemão no Rio. Foto: Divulgação

Para justificar o número elevado de mortes, Castro comparou a operação com campanhas militares, afirmando que, em conflitos armados, “busca-se a superioridade de efeitos sobre o oponente para proteção das forças próprias e da população civil”.

A operação se tornou a mais letal da história do Rio de Janeiro e gerou repercussão nacional. Entidades de direitos humanos e órgãos de controle pediram investigação sobre o uso da força policial e o cumprimento das medidas previstas pela ADPF 635.

O STF deve analisar o conteúdo do ofício nos próximos dias. A Corte poderá solicitar novas informações ao governo fluminense, caso considere necessário para o acompanhamento das ações de segurança pública no estado.

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