Aliados do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) apostam na aprovação do PL Antifacção como forma de impedir que o desgaste político provocado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário afastado da Segurança Pública de São Paulo, recaia sobre o chefe do Executivo paulista, que vai disputar as eleições no ano que vem para presidente ou para se manter no cargo. A percepção no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, é de que a crise gerada pelo relatório de Derrite pode ser revertida caso o texto final seja aprovado nesta semana. 

A equipe de Tarcísio prevê que o secretário, que é deputado federal e foi exonerado do governo para relatar o texto na Câmara, retorne à secretaria dentro de duas semanas. Mas Derrite deve deixar a gestão estadual de forma definitiva antes de abril, uma vez que pretende disputar o Senado em 2026. Diante da crise, há a possibilidade de a saída ser antecipada para este ano e aliados de Tarcísio e parlamentares bolsonaristas discutem um cenário sem a volta de Derrite à pasta caso o deputado não consiga aprovar o projeto. 

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O governador já manifestou incômodo com o desempenho do auxiliar em outras ocasiões. Integrantes da base viram na crise uma oportunidade para tentar adiantar sua retirada do governo. A pressão sobre Derrite aumentou após o deputado apresentar quatro versões de relatório para o PL Antifacção, que enfrenta resistência do governo, da oposição, da Polícia Federal e de membros do Ministério Público. Além das críticas à fragilidade técnica das propostas, partidos do Centrão reclamaram da postura considerada soberba do secretário durante as negociações. (Especial para O HOJE)