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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
Visibilidade nacional

Trunfo de Caiado em meio ao debate nacional sobre segurança pública

Com desgaste de Lula, oposição e governadores do Consórcio da Paz tendem a avançar com discurso de combate ao crime

Marina Moreirapor Marina Moreira em 19 de novembro de 2025
Caiado
Ronaldo Caiado, Hugo Motta e governadores de direita discutem pacote contra o crime organizado - Créditos: Rômullo Carvalho

O debate sobre a segurança pública no Congresso Nacional abriu espaço para muitos políticos ganharem visibilidade nacional. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), tem acompanhado, juntamente com outros chefes de Executivos estaduais de direita, as discussões acerca dos projetos de segurança em tramitação na Câmara dos Deputados. Uma das propostas mais polêmicas e que rendeu intenso debate é o Projeto de Lei Antifacção. 

O quinto relatório elaborado pelo deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) desafiou o governo Lula e deve agradar a oposição no Congresso, assim como os governadores do Consórcio da Paz, como o chefe do Executivo goiano. O texto estabelece a divisão de recursos advindos do fundo de bens apreendidos do crime entre os fundos estaduais de segurança e a Polícia Federal, o que vai na contramão do que deseja o governo Lula. 

Dessa forma, quando as investigações estiverem à cargo das autoridades locais, os valores serão destinados ao Fundo de Segurança Pública relativo ao Estado em que a operação ocorre. Já quando a Polícia Federal for responsável por alguma apreensão, valores serão destinados ao Fundo Nacional de Segurança Pública. “Enquanto no Brasil a criminalidade juvenil cresce, em Goiás ela cai de forma consistente. Aqui bandido não se cria e não é exemplo”, afirma Caiado em suas redes. 

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Caiado articula na Câmara dos Deputados inclusão de emenda no PL Antifacção que iguala crime organizado a grupos terroristas – Créditos: Hegon Corrêa

Acesse também: Projeção nacional de Caiado ganha impulso com debate da segurança pública

Observa-se que o uso da pauta de segurança pelo governador, sobretudo neste momento em que o assunto está em voga, é feito com o intuito de levar outros Estados a tomar como exemplo a gestão Caiado. Além disso, pesquisas recentes apontam que a precarização da segurança é um dos principais desafios do País e chega a superar problemas relativos à saúde pública. 

O que dizem os dados

Caiado chegou a citar  levantamentos que mostram a segurança pública como prioridade para cerca de 80% dos brasileiros e alertou: “Estamos vendo uma deterioração completa do Estado Democrático de Direito e o estado do crime avançando cada vez mais”. Considera-se que o governador tem muito a ganhar por priorizar assuntos relacionados à segurança pública, pois é um debate que está em alta e, principalmente, porque o Estado de Goiás é tido como um dos mais seguros do Brasil sob a gestão de Caiado. 

Com foco em fazer oposição a Lula, seu adversário na disputa de 2026 pelo Palácio do Planalto, o chefe do Executivo goiano busca fortalecer vínculos com governadores de direita para criticar os projetos de segurança elaborados pelo Governo Federal. 

O que Caiado tem a ganhar

A crítica ao governo Lula é indissociável do discurso de Caiado sobre combate ao crime pois, dessa forma, o governador procura popularizar ainda mais as políticas adotadas em sua gestão. Com um possível desgaste de Lula com o tema, é possível pensar no êxito da oposição e dos governadores de direita sobre a pauta. 

O jornal O HOJE ouviu o cientista político Lehninger Mota com o intuito de saber quais são as vantagens para Caiado em liderar discussões acerca do enfrentamento ao crime organizado. “Caiado quer ser a principal voz no estabelecimento de medidas para combater o crime organizado. O governador tenta levar para fora do Estado o que foi feito em Goiás para que isso possa ser reproduzido em outros lugares.” 

De acordo com Mota, é preciso ter cuidado ao defender determinados pontos relativos aos projetos sobre segurança pública defendidos pela oposição no Congresso. “Deve haver discussões em torno desse tipo de pauta, mas é necessário cuidado para não aprovar projetos que, depois, se tornarão impopulares.” 

Mota faz referência a uma proposta elaborada pela oposição que ganhou repercussão nacional. “A exemplo disso, têm-se o projeto que equipara facções criminosas a grupos terroristas, o que pode trazer grandes prejuízos, a pensar pelo lado de como outros países podem tratar o Brasil a partir disso”, pontua o cientista político. (Especial para O HOJE)

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