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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
VATICANO

Confira a nova orientação do Papa Leão XIV sobre sexo no casamento

Documento da Igreja apresenta mudanças de enfoque e cita autores como Neruda e Kierkegaard

Thais Airespor Thais Aires em 4 de dezembro de 2025
casamento

A Igreja Católica divulgou, no fim de novembro, uma nota doutrinal sobre sexualidade e casamento. O texto foi assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, órgão responsável por temas doutrinários no Vaticano, e recebeu aprovação do papa Leão XIV. O documento reconhece que existe uma “finalidade unitiva da sexualidade”, indicando que o ato sexual não se restringe à geração de filhos.

O documento afirma que existe uma finalidade unitiva da sexualidade. Segundo a publicação, atos sexuais dentro do casamento não se limitam à procriação. O texto registra que esses atos fortalecem a união entre o casal e o vínculo de pertencimento entre os cônjuges.

A nota apresenta uma defesa da união monogâmica entre homem e mulher dentro do casamento católico. A publicação reconhece que, nas últimas décadas, mudanças sociais alteraram comportamentos relacionados à vida sexual.

O documento cita o que chama de individualismo consumista pós-moderno. A partir dessa leitura, a nota relata que surgiram comportamentos associados à busca intensa por sexo ou à negação do papel procriativo da sexualidade. Ao mesmo tempo, a publicação menciona que também houve negação da dimensão unitiva da sexualidade e do próprio matrimônio.

Entendimento sobre o sexo

A nota orienta que o casal mantenha diálogo, cooperação e troca emocional. O texto descreve que a caridade conjugal inclui a fecundidade, mas explica que cada ato sexual não precisa ter o objetivo explícito de gerar descendentes. A publicação informa que a união sexual funciona como expressão da caridade conjugal e deve permanecer aberta à comunicação da vida, mesmo quando não há intenção de procriar.

A nota apresenta três situações relacionadas a essa interpretação. A primeira trata de casais que enfrentam impossibilidades de gerar filhos. A segunda aborda casos nos quais o casal não busca uma relação sexual com foco na procriação. O terceiro ponto menciona o respeito aos períodos naturais de infertilidade. Segundo o texto, esses períodos servem para regular taxas de natalidade e para decidir momentos adequados para acolher uma nova vida.

O documento afirma que casais podem usar períodos de infertilidade como momento de afeto e proteção da fidelidade. A nota registra que essa postura demonstra o que descreve como amor honesto dentro do casamento. As orientações seguem a tradição da Igreja Católica, mas trazem referências menos frequentes em documentos desse tipo.

A nota inclui versos de Pablo Neruda, poeta chileno, e trechos de Eugenio Montale, poeta italiano. Também cita reflexões do filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard sobre ética matrimonial. As referências aparecem ao longo da publicação e dialogam com o tema da vida conjugal.

A divulgação ocorre em meio a debates internos sobre costumes e práticas de casais católicos. A publicação não traz novas regras disciplinares. O texto reforça fundamentos doutrinários já presentes na tradição católica, mas apresenta descrições detalhadas sobre a função da sexualidade dentro do casamento, destacando o aspecto unitivo ao lado da dimensão procriativa.

 

 

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