O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou no domingo (7), que corpos foram encontrados flutuando perto de La Guajira e pediu que a equipe forense identifique as vítimas em conjunto com o Ministério Público da Venezuela. Em publicação feita no X, ele disse que os mortos podem ter sido atingidos por um atentado à bomba no mar.

O episódio surge em meio às operações militares dos Estados Unidos contra embarcações no Caribe e no Pacífico, ações que vêm acumulando críticas na região. Desde 2 de setembro, Washington realizou 23 ataques, sendo 22 deles em águas internacionais, sob a alegação de que os barcos transportavam narcóticos. As autoridades norte-americanas, porém, não apresentaram provas que sustentem essa justificativa. Até agora, ao menos 87 pessoas morreram nessas intervenções, conduzidas sem processos judiciais ou declaração formal de guerra pelo Congresso dos EUA.

Gustavo Petro e Donald Trump vivem momento de tensão

Essas ações se tornaram um dos focos do confronto político que envolve o governo Trump e os governos da Venezuela e da Colômbia. A troca de declarações entre Trump, o presidente venezuelano Nicolás Maduro e Petro ampliou a tensão diplomática, especialmente após o envio de navios de guerra norte-americanos à região. Enquanto os EUA afirmam que a missão tem como alvo os cartéis, Caracas insiste que a iniciativa busca provocar mudança de regime.

Diante desse cenário, Petro decidiu em novembro suspender o compartilhamento de informações das forças de segurança colombianas com as agências de inteligência dos Estados Unidos. Na ocasião, afirmou no X que “A luta contra as drogas deve ser subordinada aos direitos humanos do povo caribenho”, lembrando a longa cooperação entre os dois países no combate ao narcotráfico.