Aviso aos políticos: cuidem do agro, que está em todo lugar de Goiás
Os alimentos, o trator, a roupa, o combustível, tudo depende do produtor rural, que bateu em 2025 os recordes de recuperação judicial, um alerta para quem disputa a eleição de governador
As manchetes foram constantes neste ano sobre a situação das famílias do campo: recuperação judicial bate recorde, Serasa nunca negativou tantos produtores rurais, bancos dizem que quebradeira agrícola é para forçar negociação.
São indicadores do que os pré-candidatos ao Governo de Goiás devem estudar diuturnamente, pois das soluções depende a economia, já que o agro tem reflexo em todos os setores.
Reflexos nos mais diferentes lugares
Os políticos precisam se atentar para os números, sim, porém, ainda mais para seus reflexos. O agro é responsável direto por 25% do dinheiro que gira no País, mas suas marcas vão muito além.
Os planos de metas dos governadoriáveis precisam conter a visão dos produtos agropecuários não advinda dos drones que visitam os balanços de grandes empresas como JBS (que muda de nome a cada estação e continua a ser chamada de Friboi), a Superfrango e a Friato, dois orgulhos de Goiás, assim como a J&F, outro batismo da Friboi.
O agronegócio tem de ser medido com a régua do sofrimento e do risco, dois termos que definem as famílias da roça, do curral.
A bilionária e inútil COP30
Houve uma COP30, que custou bilhões de dólares só para servir de palanque para xingar quem anda de carro (como todo mundo, inclusive os ecochatos) e quem usa produto vindo das fazendas (todo mundo também). Se os produtores, num último esforço à custa do próprio bolso, não tivessem ido a Belém no início de novembro, teria ficado ainda mais a narrativa de que o homem e a mulher do campo, em vez de alimentar o planeta, o estão destruindo.
Quebrou um banco, o Master, que nunca produziu nada que preste para a nação, e foi notícia internacional. Milhares de fazendeiros vão à lona com os juros, enriquecendo ainda mais os bancos, e nada se diz a respeito.
Toda agricultura é familiar
O que os principais candidatos podem fazer pelas famílias do campo? Como diz o presidente do sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, toda agricultura é familiar, pois grande ou pequena a propriedade é tocada por uma família. E o que têm para as famílias rurais o vice-governador Daniel Vilela (MDB), o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), o senador Wilder Morais (PL) e o representante do PT?
Daniel herdou do pai, Maguito Vilela, grandes faixas de terra no Sudoeste de Goiás. Wilder mora na roça, sua Fazenda Toca da Orca, no município de Santo Antônio de Goiás, entre Goiânia e Nerópolis. Marconi administra duas fazendas recebidas de herança por sua mulher, Valéria Perillo. Portanto, sabe as dores que o fazendeiro enfrenta.
Se o campo vai mal, até os borracheiros da região sentem os efeitos. Se as fazendas estão bem, até os comerciantes que vendem pinga em beira de estrada ganham mais.
As multinacionais goianas Friboi, Superfrango e Friato
O rodeio, a feira agropecuária, o trator na revendedora, o chapéu, os insumos de modo geral — tudo isso é diretamente ligado ao homem do campo. Aliás, como tudo nas estradas e nas cidades, inclusive o etanol dos carros a álcool e gasolina.
Se a Friato, da família Tomazini, não funcionar, para parte da Região Sudeste do Estado. A Superfrango, de Zé Garrote, movimenta Itaberaí, Nova Veneza e a vizinhança inteira. São duas empresas da avicultura que nasceram no interior de Goiás, como a Friboi, e ganharam o mundo — multinacionais nas mais diversas aplicações do termo.
Mais uma vez, Alexandre de Moraes, sempre ele
O que os governadoriáveis têm para elas, em termos de políticas públicas? Na área de fiscalização, impostos e agências para torrar a paciência, sobra gente. E para ajudar? Milhares de produtores acionaram na Justiça o Banco do Brasil reivindicando o que dizem ter perdido quando fizeram financiamento. Os processos estão com o relator no Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Quando vai julgá-los? Vai proteger o banco, como o STF fez neste ano no caso do Pasep? É sobre isso, também, que se aguarda o posicionamento dos pré-candidatos.