Projeções de inflação caem com desaceleração dos preços
Boletim Focus aponta IPCA de 4,36% em 2025, Selic mantida em 15% ao ano e crescimento do PIB estimado em 2,25%
A expectativa de projeções do mercado financeiro para a inflação oficial do País voltou a recuar, e reforça um cenário de desaceleração gradual dos preços no Brasil. De acordo com o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (15) pelo Banco Central (BC), a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 passou de 4,4% para 4,36%. Para os anos seguintes, as estimativas também foram revistas para baixo: 4,1% em 2026, 3,8% em 2027 e 3,5% em 2028.
Esta é a quinta semana consecutiva de redução nas previsões e coloca a inflação dentro do intervalo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Com isso, o teto permitido chega a 4,5%, patamar no qual a inflação acumulada em 12 meses, atualmente em 4,46%, ainda se enquadra.
Apesar da tendência de queda, os preços continuam sofrendo pressões pontuais. Em novembro, o IPCA registrou alta de 0,18%, acima dos 0,09% observados em outubro. O principal impacto veio do aumento das passagens aéreas, que influenciou o resultado do mês. Ainda assim, o comportamento geral dos preços indica perda de força da inflação ao longo do ano.
Projeções do Banco Central e tentativa de contrela dos juros

No esforço para manter a inflação sob controle, o BC segue utilizando a taxa básica de juros, a Selic, como principal instrumento. Atualmente fixada em 15% ao ano, a taxa está no maior nível desde 2006 e foi mantida nesse patamar pela quarta reunião consecutiva do Comitê de Política Monetária (Copom). Segundo o banco, o ambiente de incertezas exige cautela, o que afasta, por ora, a possibilidade de cortes nos juros.
A expectativa do mercado é que a Selic comece a recuar de forma mais consistente apenas Boletim Focus aponta IPCA de 4,36% em 2025, Selic mantida em 15% ao ano e crescimento do PIB estimado em 2,25%em 2026, encerrando o próximo ano em 12,13%. Para 2027 e 2028, as projeções indicam novas reduções, para 10,5% e 9,5%, respectivamente. Juros elevados tendem a conter o consumo e o crédito, ajudando a frear a inflação, mas também limitam o crescimento econômico.
No campo da atividade econômica, o boletim Focus manteve em 2,25% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025. Para os anos seguintes, a expansão estimada é mais moderada, variando entre 1,8% e 2%. Já a cotação do dólar deve encerrar o ano em R$ 5,40, com leve alta prevista para 2026, quando pode chegar a R$ 5,50.