Base em Goiás filia prefeitos da oposição, o que não determina vitória em 2026
Até PSDB de Marconi vê ex-filiados se alinharem com Daniel. Porém, muitas são as variantes que decidem sucesso nas urnas
Partidos oposicionistas assistem a cooptação de prefeitos à base do atual governo de Goiás. Se chamou a atenção a quantidade considerável de políticos que eram do Partido Liberal fazerem parte, hoje, do MDB de Daniel Vilela, o que mais impressiona é o apoio de prefeitos do PSDB de Marconi ao governo de Ronaldo Caiado (UB) e de seu vice.
O único partido que deve manter seus prefeitos eleitos na sigla é o Partido dos Trabalhadores (PT) sob os nomes Paulinho Imila, prefeito de Itapuranga; Aderson Gouvea, prefeito da Cidade de Goiás; e Ney Novaes, prefeito de Professor Jamil. Dos sete prefeitos eleitos pelo partido de Marconi, um se alinhou à base e outros dois sinalizam mudança partidária.
Carla Faria, prefeita de Edeia, atualmente pertence ao UB e, recentemente, o prefeito de Alvorada do Norte, David Corrêa, reafirmou alinhamento com o Governo e sinalizou possível mudança de partidária. O prefeito de Americano do Brasil continua no PSDB, mas também mantém boas relações com o Governo.

Acesse também: Sob os mesmos passos de Daniel, Marconi também faz passagem pelo Entorno do DF
Daniel é apoiado por tucanos
Diante do acirramento das pré-candidaturas de Daniel e Marconi, há prefeitos de partidos da oposição do executivo estadual que não exitam em demonstrar apoio à Daniel Vilela. É o caso de David Corrêa que, recentemente, esteve com o vice-governador e destacou a boa relação que possui com o Governo.
Durante visita de Vilela em Alvorada do Norte na última quarta-feira (17), Corrêa admitiu que seu alinhamento com o Governo se deve ao investimento do Estado no município com a pavimentação da GO-236, região estratégica para a cidade.
Observa-se a continuidade de migração de prefeitos que eram de oposição e, hoje, integram a base. Em contrapartida e de acordo com as movimentações de um dos principais adversários de Daniel, o tucano Marconi Perillo tem seguido o mesmo caminho do emedebista no sentido de estabelecer ligações estratégicas de forma com que isso gere êxito para sua futura candidatura ao governo do Estado.

Esvaziamento da oposição
Dos 36 prefeitos que foram eleitos por partidos da oposição, 13 encontram-se filiados na base, de acordo com levantamento feito pelo O Popular realizado no final de outubro e atualizado em novembro. Há o entendimento de que a proximidade de prefeitos com pré-candidatos aos executivos estaduais é importante, mas não é algo que garante o sucesso na disputa pelo Governo, a começar por exemplos como o do próprio Perillo que, durante sua última disputa pelo Palácio das Esmeraldas em 2022, não foi eleito mesmo com apoio de grande parte dos prefeitos goianos.
Nesse sentido, apesar da boa colocação de Daniel nas pesquisas eleitorais e do aceno por parte das gestões municipais, isso não é determinante para que o mesmo seja o sucessor de Caiado. Um fator considerado importante e que pode exercer grande influência no futuro de Vilela enquanto candidato é a sua capacidade em governar literalmente sozinho, sem a presença de Caiado.

Ou seja, apenas a partir de abril de 2026 é que Vilela pode realmente mostrar o seu potencial em governar o Estado, já que Caiado estará à frente da disputa pela Presidência da República. “Muitas vezes o prefeito pode apoiar, mas a população quer alternância de poder, por exemplo. Eu não diria renovação, até porque Daniel é um jovem e também representa a renovação na política de Goiás. Mas de repente a população possa querer alternância de poder”, explica o sociólogo Jones Matos ao O HOJE.
Ao contrário de Jones, o mestre em História e especialista em Políticas Públicas Tiago Zancopé acredita que o apoio de prefeitos é algo determinante para o sucesso de uma disputa eleitoral. “Um candidato ganha as eleições quando ele ganha os prefeitos. Então, quanto mais apoio de prefeitos um candidato tiver, mais ele dá capilaridade para a política que ele quer passar. É fundamental um candidato ter o maior número de prefeitos”, pontua Zancopé em entrevista ao O HOJE.