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segunda-feira, 29 de dezembro de 2025
OFENSIVA

Ataque aéreo russo atinge Kiev às vésperas de negociações

Ataques deixam bairros sem luz e aquecimento, com prédios danificados e equipes de resgate mobilizadas

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 29 de dezembro de 2025
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Foto: Reprodução/ @ZelenskyyUa

A Rússia lançou na madrugada deste sábado (27) uma ofensiva aérea de grande escala contra a Ucrânia, considerada uma das mais longas e intensas do ano, às vésperas de um encontro entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no domingo (28), na Flórida. O ataque ocorreu em meio às tentativas diplomáticas de encerrar a guerra no Leste Europeu, que já se estende por quase quatro anos.

A capital Kiev foi o principal alvo da operação. De acordo com autoridades locais, ao menos duas pessoas morreram e outras 44 ficaram feridas, entre elas duas crianças. O bombardeio provocou danos significativos à infraestrutura civil e energética da cidade. Segundo o ministro Oleksiy Kuleba, mais de 40% dos edifícios residenciais permanecem sem aquecimento, apesar das temperaturas abaixo de zero registradas na região.

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Foto: Serviço de Emergência da Ucrânia

Ataque russo interrompe eletricidade e aquecimento

A ofensiva se estendeu por cerca de dez horas. Durante todo o período, sirenes de ataque aéreo soaram repetidamente, mantendo a população em estado de alerta ao longo do dia. Incêndios atingiram diferentes bairros, destruindo uma oficina mecânica e diversos prédios residenciais. O Serviço de Emergência de Kiev informou que idosos precisaram ser retirados de um lar de repouso devido ao avanço das chamas.

Ainda segundo o governo ucraniano, em alguns pontos da capital e da região metropolitana houve interrupções no fornecimento de eletricidade e aquecimento. Equipes de resgate e combate a incêndios seguiram mobilizadas para conter os danos causados pelos ataques.

A Força Aérea da Ucrânia afirmou que, durante a ofensiva, a Rússia utilizou um total de 519 drones e 40 mísseis. Os alvos atingidos incluíram principalmente estruturas civis e instalações ligadas ao setor de energia.

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Foto: Serviço de Emergência da Ucrânia

Horas depois dos bombardeios, Zelensky declarou que a intensidade dos ataques contrasta com o discurso russo de busca por uma solução negociada para o conflito. Em publicação na rede social X, o presidente afirmou que “os representantes russos participam de longas conversas, mas, na realidade, os Kinzhals e os ‘shaheds’ falam por eles”. Ele acrescentou: “Essa é a verdadeira atitude de Putin e seu círculo”.

Negociações com EUA

Antes de seguir para os Estados Unidos, Zelensky fez uma escala no Canadá, onde se reuniu com o primeiro-ministro Mark Carney, em Halifax, na província da Nova Escócia. Na ocasião, Carney anunciou um novo pacote de apoio econômico à Ucrânia no valor de 2,5 bilhões de dólares canadenses.

Durante o deslocamento para a América do Norte, Zelensky afirmou que pretende buscar, nas conversas com Trump, garantias de segurança juridicamente vinculativas para o país como parte de qualquer eventual acordo de paz. Ele também voltou a pedir reforço nos sistemas de defesa aérea, destacando a necessidade de mais mísseis para conter os ataques russos. “O apoio dos europeus é importante para nós hoje. Não temos sistemas de defesa aérea adicionais suficientes”, disse.

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Foto: Serviço de Emergência da Ucrânia

Trump antes da reunião já havia declarado em entrevista à revista Politico que esperava que o encontro com Zelensky “corresse bem”, mas afirmou que o líder ucraniano “não tem nada a declarar até que eu aprove”. O presidente norte-americano também disse que pretende falar com o presidente russo, Vladimir Putin, “em breve, o quanto eu quiser”.

No mesmo dia, a agência estatal russa TASS divulgou uma declaração de Putin sobre o conflito. Segundo o presidente russo, “se Kiev não estiver disposta a resolver a questão pacificamente, a Rússia alcançará todos os objetivos da operação militar especial por meios militares”.

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