Bolsonaro tem alta prevista para 1º de janeiro após novo procedimento médico
Ex-presidente segue internado em Brasília para controle de soluços persistentes, hipertensão e apneia do sono
Jair Bolsonaro (PL) permanecerá internado até 1º de janeiro, caso não surjam novas intercorrências clínicas, informaram médicos responsáveis por seu acompanhamento nesta segunda-feira (30), em Brasília. Bolsonaro está hospitalizado após ser submetido a um segundo procedimento médico para tratar crises persistentes de soluço, quadro que se agravou durante a recuperação de uma cirurgia realizada na semana passada.
Segundo a equipe médica, o ex-chefe do Executivo passou por um bloqueio do nervo frênico, técnica utilizada para reduzir a atividade do nervo que controla o diafragma e, assim, atenuar os episódios de soluço. O procedimento durou cerca de uma hora, teve início por volta das 14h e foi concluído pouco depois das 15h20, seguido de observação clínica antes do retorno ao quarto.
O cirurgião Cláudio Birolini explicou que a intervenção realizada nesta segunda-feira teve foco no lado esquerdo, complementando o bloqueio feito no sábado, inicialmente no lado direito. De acordo com os médicos, o tratamento foi dividido em duas etapas por razões de segurança, já que não é recomendado atuar nos dois nervos no mesmo dia. Tentativas anteriores com medicamentos não apresentaram resposta satisfatória, o que levou à indicação do procedimento invasivo.
Além dos soluços, Bolsonaro apresenta um quadro de apneia do sono severa, de padrão obstrutivo, diagnosticado após novo exame realizado na noite anterior. Conforme Birolini, será necessário o uso de equipamento específico para auxiliar no controle do distúrbio durante o sono.
O cardiologista Brasil Caiado informou que o estado de saúde do ex-presidente é considerado estável, embora haja histórico recente de picos de hipertensão. Durante o primeiro procedimento, no sábado, Bolsonaro registrou elevação da pressão arterial, o que levou ao ajuste da medicação. Nesta segunda-feira, uma nova crise exigiu a administração de medicamento por via intravenosa, justificando o período prolongado de monitoramento após a intervenção.
A equipe também avalia a realização de uma nova endoscopia digestiva alta nos próximos dias, como parte do acompanhamento clínico. Segundo os médicos, são necessárias ao menos 48 horas de observação para avaliar a resposta ao tratamento e descartar complicações, razão pela qual a previsão de alta hospitalar foi fixada para 1º de janeiro, e não antes.
Bolsonaro, de 70 anos, está internado em um hospital da Asa Sul, em Brasília, desde 24 de dezembro, quando passou por cirurgia para correção de hérnia inguinal bilateral. A internação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, permitindo que o ex-presidente deixasse temporariamente a Superintendência da Polícia Federal, onde cumpre pena de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Os médicos Cláudio Birolini, Brasil Caiado e Matheus Saldanha reforçaram que o quadro segue sob vigilância contínua e que a equipe está preparada para intervir caso surjam novas complicações durante o período de internação.