Taiwan fica em alerta durante treinamento militar chinês
Exercícios chineses cercam a ilha, elevam risco regional e forçam cancelamentos de voos
A realização de exercícios militares chineses nas proximidades de Taiwan voltou a elevar a tensão no Estreito nesta segunda-feira (29), levando o governo taiwanês a condenar oficialmente a operação. Segundo Taipé, as manobras afetam a estabilidade regional e criam riscos diretos à navegação aérea e marítima em áreas sensíveis do Indo-Pacífico.
O Ministério da Defesa informou ter identificado movimentações envolvendo meios navais, aeronaves, drones e unidades da Guarda Costeira chinesa. Parte desses equipamentos teria operado dentro da área de resposta da ilha. A pasta também alertou que os exercícios incluem zonas marítimas e rotas aéreas utilizadas pelo tráfego internacional, o que pode gerar impactos para voos comerciais e embarcações civis.
Em reação à operação, o Gabinete Presidencial de Taiwan divulgou uma declaração na qual acusa o Exército de Libertação do Povo de violar princípios do direito internacional. A porta-voz Karen Kuo afirmou que as ações chinesas “não só mina brutalmente o atual estado de segurança e estabilidade no Estreito de Taiwan e na região Indo-Pacífico, mas também é um desafio aberto ao direito internacional e à ordem internacional”.

Treinamento militar afeta mais de 100 mil passageiros em Taiwan
Diante do cenário, as autoridades taiwanesas autorizaram que tropas posicionadas nas áreas de linha de frente reajam de acordo com a avaliação do nível de ameaça. Paralelamente, o Ministério dos Transportes anunciou medidas para reduzir riscos no setor aéreo, incluindo o cancelamento de voos domésticos e o desvio de rotas internacionais. Mais de 100 mil passageiros devem ser afetados.
A China classificou a operação como um exercício conjunto de grande escala, com simulações de ataques e bloqueios a portos estratégicos, além de disparos com munição real em áreas ampliadas. Esta é a sexta rodada de manobras do tipo desde 2022 e ocorre dias após os Estados Unidos anunciarem um pacote bilionário de venda de armas a Taiwan, decisão criticada por Pequim.