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domingo, 22 de dezembro de 2024
Definição

TRE-PR retoma atividades e pode cassar mandato de Sérgio Moro

Sem definição sobre magistrados, julgamento deve ocorrer apenas após indicação do presidente Lula

Postado em 22 de janeiro de 2024 por Redação
Análise começou na segunda (1º) com sustentações e o voto do relator

Isadora Miranda

Com a retomada das atividades do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), as expectativas quanto à continuidade do julgamento do senador Sérgio Moro (União-PR) voltam ao enfoque político. Atualmente, Moro é alvo de uma ação judicial eleitoral (uma, proposta por uma coligação entre PT, PCdoB e PV; a outra, proposta pelo PL), que buscam a cassação de seu mandato. As acusações são relativas à suspeita de abuso de poder econômico, o qual teria ocorrido durante a campanha eleitoral de 2022.

De acordo com documento protocolado pelo MPE, os gastos chegaram à marca de R$2 milhões, excedendo o limite razoável. Além disso, no momento, não há data definitiva para o início do julgamento, visto que o mandato do juiz Thiago Paiva dos Santos termina nesta terça-feira (23) e os mandatos dos seus substitutos, José Rodrigo Sade e Roberto Aurichio Junior, acabarão no sábado (27). Para que o julgamento da ação comece, é necessário que o Plenário tenha quórum máximo – isto é, a presença de sete juízes.

Acusações

O Ministério Público (MP) se manifestou de maneira favorável quanto à perda de mandato de Moro por abuso de poder econômico. Em sua totalidade, o ex-juiz teria gastado R$4,2 milhões ao decorrer de toda a campanha oficial – enquanto R$2,03 milhões teriam sido destinados para a pré-campanha.
Os valores representam mais de 45% do limite de gastos exigido para as eleições de senador no Paraná sendo, também, correspondente a mais que o dobro da média de gastos dos dez candidatos que disputavam o pleito.

Ainda de acordo com o MP, as altas quantias deram à Moro a capacidade de atingir visibilidade nacional. “Não há como desvincular os benefícios eleitorais advindos da alta exposição do primeiro investigado, alcançada por meio da pré-candidatura à Presidência, de sua efetiva campanha ao cargo de Senador no estado do Paraná”.

A defesa do senador diz que os valores foram destinados a serviços advocatícios e alegam que os gastos eleitorais da pré-campanha seriam de R$ 144 mil. Entretanto, o MP aponta despesas que se destinaram desde a locação de uma aeronave para transporte (R$ 429,7 mil) até serviços de comunicação, publicidade e propaganda para redes sociais (R$ 200 mil).

Julgamento

Para a análise da ação, o relator do caso, desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, deve pedir a inclusão do caso na pauta. Com o término dos mandatos dos juízes e a necessidade de haver quórum máximo, é possível que o julgamento somente se inicie após indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), feita a partir da lista tríplice formada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Entretanto, o órgão retorna às atividades no dia 1º de fevereiro.

Caso condenado, Moro ficaria inelegível por oito anos, além de ter o mandato cassado pelo TRE. Dessa forma, no cenário de uma possível cassação, uma nova eleição seria convocada e outra chapa seria eleita para a substituição do senador.

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