Com 37 cadeiras a serem preenchidas, Câmara de Goiânia já conta com alguns ‘favoritos’
Jornal O Hoje analisa nomes possíveis de conquistar cadeiras para a próxima legislatura
Não há disputa fácil para mandatos eletivos. E as Câmara Municipais não são diferentes nesse quesito. Em Goiânia, a acirrada concorrência deste ano será por 37 cadeiras, duas a mais que em 2020. Apesar da competitividade, alguns nomes podem despontar com favoritismo para ocupar a uma destas vagas, avaliam analistas políticos consultados pelo Jornal O Hoje.
No décimo mandato, o vereador Anselmo Pereira (MDB) é um desses nomes. 1º secretário da Casa e líder do prefeito Rogério Cruz (Republicanos), não falta experiência para o parlamentar decano buscar a 11ª eleição ao parlamento goianiense.
Fora do cargo, entre as possibilidades figura o nome do ex-vereador Wellington Peixoto (União Brasil). Bem articulado e próximo do presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), o irmão do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (União Brasil), é visto nos bastidores como alguém “forte no páreo”.
Quem também está fora, mas quer retornar é o ex-vereador e ex-deputado estadual, Alysson Lima (PSB). O partido do ex-deputado federal Elias Vaz aposta no parlamentar como puxador de votos. Em 2016, ele foi eleito vereador com 7,2 mil votos. Em 2018, ascendeu à Assembleia Legislativa com mais de 30 mil votos, sendo o 18º mais bem votado, entre os 41.
Outro ex-vereador que deve se mostrar competitivo é Paulo Daher. Ex-líder do PMN, ele vai assumir o Progressistas (PP) em Goiânia para montar uma chapa competitiva e, na qual, ele deve ter destaque.
Mas de volta aos titulares, o Republicanos pode apostar novamente na força dos evangélicos para eleger Isaías Ribeiro. Em 2020, ele foi o mais bem votado da Câmara Municipal, com 9.323 eleitores.
Presidente municipal do Republicanos, Sabrina Garcez também pode garantir mais um mandato na Casa. Em 2020, ela teve mais de 5,8 mil votos – em 2016, foram 7,2 mil. Outra vereadora que pode garantir a manutenção do mandato é a tucana Aava Santiago. Destaque como oposição, ele teve 2.865 votos em 2020. Hoje, mais conhecida em função da atuação parlamentar e também pela projeção obtida com a disputa eleitoral ao cargo de deputada federal em 2022, ela pode alcançar uma votação expressiva. O PSDB, vale lembrar, também figura entre os partidos que buscam a prefeitura, o que tende a render frutos aos nomes do partido na briga pelo Legislativo.
O PL do ex-presidente Jair Bolsonaro também pode ampliar as cadeiras na Câmara. Hoje, um nome ocupa cadeira (Willian Veloso), mas o ex-deputado federal Major Vitor Hugo se colocou como pré-candidato e deve vir forte.
Ex-deputado federal, ele também disputou o governo de Goiás, em 2022, com o apoio de Bolsonaro, de quem foi líder do governo na Câmara. Vitor Hugo já foi cotado como pré-candidato às prefeituras de Goiânia e Anápolis, mas optou pelo parlamento. Em uma cidade considera mais “à direita”, ele pode surpreender, avaliam analistas políticos.
O próprio presidente da Casa, Romário Policarpo, joga seguro e mantém um grupo sólido de apoiadores. O político, que almeja voos mais altos, como a Câmara Federal e a própria prefeitura de Goiânia, deve trabalhar para uma nova eleição sem sustos.
Ainda no rol da juventude, há, nos bastidores da política local, um olhar atento para os nomes de Felipe Cecilio e Michel Magul. O primeiro é suplente de deputado federal pelo MDB e herda o peso político do avô, Mauro Miranda, que foi senador da República por Goiás. Sua participação no pleito, porém, é vista, ainda, como incógnita. O segundo, tido como um dos jovens mais influentes em Goiânia, é secretário de Prioridades Estratégicas de Goiânia, Michel Magul e já ocupou a posição de secretário de Governo da mesma gestão. Magul, vale lembrar, esteve entre os jovens mais bem votados para a Câmara Municipal em 2020. No entanto, perdeu a cadeira em função do peso da chapa emedebista.
Outro nome que não fica para trás nas conversas sobre as figuras de peso para a disputa que se aproxima é o de Luan Alves. Filho de um histórico vereador da cidade, Clécio Alves, o jovem tem se destacado como integrante do alto escalão do time de Rogério Cruz. Tendo, agora, o pai na Assembleia Legislativa (Alego), o comentário é que Luan não terá dificuldades para chegar à Câmara, haja vista que o jovem somará aos ‘próprios votos’ os eleitores de Clécio.
A lista, claro, vai muito além dos citados. E as eleições são imprevisíveis. Em disputas municipais, as lideranças locais e o engajamento com a sociedade têm peso. As apostas, contudo, estão na mesa.
Cientista político
Um dos cientistas políticos ouvidos pelo Jornal O Hoje foi o professor Guilherme Carvalho. Ele vê, por exemplo, os vereadores Anderson Sales (Solidariedade) e Paulo Henrique da Farmácia (Agir) com trabalhos junto às bases deles para retornar. Da mesma forma, ele cita Gabriela Rodart (Solidariedade), que foi cassada, mas não teve os direitos políticos retirados.
Ele também cita a ex-vereadora Priscilla Tejota, caso ela queira entrar no páreo, e outros que, como ela, não foram reeleitos em 2020. “São franco favoritos.” Além disso, ele reforça os nomes já citados por outros consultados.
Também ouvido pelo veículo de comunicação, o professor e cientista político Marcos Marinho disse que é preciso considerar que essa legislatura “foi confusa” para a população, por causa do “sobe e desce de cadeira”. Vereadores foram cassados, voltaram, permaneceram nos últimos anos.
“Então, eu entendo que, para a reeleição, você tem um grupo menor com potencial por conta de ter ficado mais tempo no mandato e por ter condição de apresentar mais serviços para a população.” Para ele, alguns nomes de potencial são: Sargento Novandir (Avante), Aava, além de alguns já citados. “Mas virá muita gente que concorreu para deputado, para fazer recall e tentar voltar”, completa.
Colaborador: Francisco Costa