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sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
Futuro do País

Lula quer passar a biografia a limpo, mas e a pauta do Brasil?

No terceiro mandato, Lula da Silva sabe que vai precisar ter pulso firme para conseguir mudar realidade de um país conflagrado

Postado em 19 de março de 2024 por Yago Sales
No terceiro mandato

Luiz Inácio Lula da Silva – inegavelmente – é um dos sujeitos mais conhecidos do Brasil. Também fora do país. Primeiro a exercer o terceiro mandato na Presidência do Brasil, Lula, odiado por milhões de brasileiros puxados pelo antipetismo, sobretudo a partir do crescimento da direita brasileira, eleito por uma parcela que detestava Jair Bolsonaro e outra que, por algum motivo, manteve alguma relação boa com as pautas do PT e da esquerda. 

É comum ouvir piadas do tipo “faz o L” quando algo vai ou parece mal em rodas, sobretudo, de quem ainda mantém alguma expectativa de que haja milagre e Jair Bolsonaro possa conseguir candidatar-se em 2026 — ele está inelegível até 2030. A situação do guru da direita pode piorar com o nível de profundidade das provas encontradas que ligam Bolsonaro à tentativa de golpe após a derrota do candidato da direita para Lula da Silva. 

O fato é: Lula governa o País sob o olhar atento, crítico e barulhento de uma direita que, agora afiada, pouco tempo atrás revirava os olhos para qualquer indício de irregularidade de Bolsonaro. Encontram até pelo em ovo no mandato de Lula. E era assim com a esquerda em relação aos quatro anos de Bolsonaro. 

A fala de Lula da Silva sobre os ataques de Israel em resposta à Palestina pegaram muito mal tanto no exterior quanto no Brasil. A reação foi imediata. Lula, que angariou fama de ser o queridinho de presidentes de grandes potências — ele com ou sem mandato em Brasília — comparou a ofensiva de Israel em na Palestina com algo que lembra, segundo o petista, ao holocausto – que levou à morte milhares de judeus pelas mãos do nazismo de Adolf Hitler. 

E, ainda, Lula não conseguiu baratear os produtos da cesta básica, deixando, um ano e poucos meses mais de mandato, eleitores insatisfeitos e envergonhados tendo de ouvir, a duras penas, a piadinha “faz o L”.  E ainda teve pesquisa demonstrando o fracasso de Lula de conseguir aumentar a popularidade. Membros do próprio governo e da base aliada no Congresso Nacional compreendem o desafio. 

Lula foi eleito depois de pegar um Brasil, acima de tudo, ainda se recuperando de uma pandemia mundial. A economia estava enfraquecida, o desemprego uma lástima e, para piorar – e é possível apostar que seja um dos fatores mais importantes – tendo de lidar com a auto-estima dos brasileiros em frangalhos. 

Por isso, depois de passar mais de 500 dias preso em Curitiba acusado de corrupção, há, por parte da oposição, a ideia de que Lula quer, na verdade, retornar ao cargo mais importante da nação, para, justamente, limpar a sua barra. E, com isso, ter uma biografia mais adequada para o perfil de liderança política que ele propôs se tornar desde que era o líder do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo, em São Paulo e, posteriormente, como fundador do Partido dos Trabalhadores. 

Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, em entrevista à Globonews, soltou o verbo, interpretando as dificuldades do governo. “Tem uma fotografia que mostra uma oscilação em alguns segmentos que são importantes, que deram a vitória ao presidente Lula. E outros segmentos que a gente tinha ampliado o diálogo ano passado, ampliado a aprovação e, agora, tem uma redução”, disse ele.

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