Fraude em cartões de vacina pode ter ligação com tentativa de golpe de Estado, diz PF
Bolsonaro e outras 16 pessoas foram indiciadas nesta terça-feira (19/3)
De acordo com relatório da Polícia Federal (PF), as adulterações em cartões de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de aliados, podem ter sido realizadas durante o planejamento de um suposto golpe de Estado. Bolsonaro e outras 16 pessoas foram indiciadas nesta terça-feira (19/3).
“O presente eixo [falsificação dos cartões de vacina] pode ter sido utilizado pelo grupo para permitir que seus integrantes, após a tentativa inicial de golpe de Estado, pudessem ter à disposição os documentos necessários para cumprir eventuais requisitos legais para entrada e permanência no exterior (cartão de vacina), aguardando a conclusão dos atos relacionados à nova tentativa de golpe de Estado que eclodiu no dia 8 de janeiro de 2023”, diz o relatório.
A PF acredita ter provas suficientes para indiciar o grupo no inquérito que investiga as fraudes nos sistemas do Ministério da Saúde. O processo será analisado pelo Ministério Público Federal (MPF), responsável por decidir se apresenta a denúncia à Justiça ou se arquiva o caso.
Em depoimento, o ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid, confirmou que Bolsonaro ordenou a inserção de dados falsos. “Conforme exposto, em seu termo de depoimento, o colaborador Mauro Cid afirmou que, após a inserção dos dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em benefício de Jair Bolsonaro e Laura Firmo Bolsonaro, o então ajudante de ordens imprimiu os certificados de vacinação ideologicamente falsos e entregou em mãos ao então presidente da República Jair Messias Bolsonaro”, mostra o relatório da PF.