Produção goiana de tomate deve crescer 36,6% na safra atual
Dados divulgados pelo IBGE mostram que volume deve chegar a 1,4 milhão de toneladas este ano em Goiás
No campo a cor avermelhada dos tomates vai colorindo a imensidão verde das lavouras. O sêo José da Silva, agricultor familiar de Anápolis, tem dedicado sua vida ao cultivo de tomates há mais de 20 anos. Para ele, esta safra tem sido desafiadora, mas muito promissora. “Investimos em novas técnicas de irrigação e em sementes de alta qualidade. Os resultados estão começando a aparecer, e estamos confiantes de que teremos uma colheita abundante”, afirma ele, enquanto observa suas plantas com orgulho.
Já há alguns quilômetros dali, na cidade de Goianapolis, a famigerada terra do tomate, a dona Maria de Fátima destaca a importância do suporte técnico e da colaboração entre os agricultores. “Temos nos reunido frequentemente para trocar conhecimentos e experiências. A assistência técnica fornecida pelo governo tem sido crucial para melhorar nossas práticas de cultivo e aumentar a produtividade. Estamos otimistas de que essa safra será uma das melhores que já tivemos”, diz a agricultora.
Ambos os produtores contribuem para a produção de tomate, que em Goiás, deve crescer 36,6% na safra 2024 e chegar a 1,4 milhão de toneladas. A previsão é que o Estado se mantenha em primeiro lugar na produção nacional do fruto, à frente de estados como São Paulo (1 milhão de toneladas) e Minas Gerais (519,4 mil toneladas), que aparecem em segundo e terceiro lugares, respectivamente.
Segundo dados divulgados pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área plantada do fruto também deve registrar crescimento no estado, passando de 13,2 mil hectares, na safra 2023, para 14,8 mil hectares plantados na atual safra – aumento de 12,3%.
A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) informa que o prazo permitido para transplantio de mudas de tomate rasteiro, destinado à indústria, foi finalizado no dia 30 de junho. Mesmo caso do tomate tutorado, que é o tomate de mesa, nos municípios onde a normativa determina.
“Finalizado esse período, a safra deve se desenvolver com a produção dos frutos, com um crescimento muito significativo de quase 400 mil toneladas em comparação com a safra anterior”, celebra o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos. “Isso mostra que Goiás tem cumprido com a legislação e mantido sua produção segura, longe de pragas, o que favorece esse crescimento”, destaca.
Prevenção e controle de pragas
A Agrodefesa é responsável pelo Programa Estadual de Prevenção e Controle de Pragas em Tomate, que estabelece medidas fitossanitárias obrigatórias para prevenção e controle da mosca branca e do geminivírus no estado (Instrução Normativa nº 06/2011 da Agrodefesa). Entre as medidas estão o calendário de plantio, o cadastro de propriedades junto à Agrodefesa, a eliminação dos restos culturais de tomate até 10 dias após a colheita de cada talhão, a destruição de plantas voluntárias de tomate imediatamente após o surgimento e a produção de mudas em ambiente controlado.
“Esse calendário de plantio, por exemplo, é uma das medidas estabelecidas segundo o Manejo Integrado de Pragas na cultura do tomateiro, para que, de novembro a janeiro, não tenhamos plantas de tomate no campo, uma vez que é período de grande incidência da mosca-branca e propício à contaminação por geminiviroses nas principais áreas de cultivo do estado”, explica a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio.
A Agência também determina o cadastramento eletrônico de propriedades e áreas produtoras de tomate, no Sistema de Defesa Agropecuário (Sidago), disponível no site. O cadastro deve ser feito a cada novo plantio, em até no máximo 15 dias após o transplantio.