Partido do governador quer ser campeão de prefeitos em Goiás
Neste ano, partidos como União Brasil, do governador Ronaldo Caiado, e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, têm a expectativa de dominar o montante de prefeitos eleitos pelo Estado. Em 2020, vale lembrar, o então DEM, do gestor estadual, foi o grande vencedor das disputas em Goiás em outubro. O DEM, que se fundiu com […]
Neste ano, partidos como União Brasil, do governador Ronaldo Caiado, e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, têm a expectativa de dominar o montante de prefeitos eleitos pelo Estado. Em 2020, vale lembrar, o então DEM, do gestor estadual, foi o grande vencedor das disputas em Goiás em outubro.
O DEM, que se fundiu com o PSL para criar o União Brasil, conseguiu eleger 62 prefeitos naquele ano. O número representou 48,06% de todos os candidatos da legenda, em 2020. Hoje, o União Brasil terá aproximadamente 140 nomes pelo Estado.
Inclusive, o governador aposta em duas das três maiores cidades de Goiás. Em Goiânia, ele tem como nome o empresário Sandro Mabel (União Brasil), ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg); e em Anápolis, a ex-secretária municipal, Eerizania Freitas. Em Aparecida o União não tem nome, mas vai apoiar o MDB, que tem o ex-deputado federal Leandro Vilela.
A fim de comparação, em 2016, o PSDB do governador Marconi Perillo elegeu 75 prefeitos, com 55,56% de aproveitamento das candidaturas. Porém, em 2020, foi o quarto colocado, com 20 gestores eleitos. Durante os quatro anos, ocorreram muitas danças das cadeiras, inclusive de tucanos migrando para o partido do governador.
Mas de volta aos eleitos naquele ano, o segundo colocado foi o Progressistas (PP), com 30 prefeitos. Em seguida, o MDB, com 29; o PDT, com 15; e o Podemos, com 14. O PL do ex-presidente Jair Bolsonaro elegeu 13 gestores municipais, à época.
Completam a lista: o PSD, com 9; o Republicanos e o Cidadania, hoje federado ao PSDB, com 8 cada; Solidariedade e o PSC (hoje se uniu ao Podemos), com 7; PSB e PSL; com 5 cada; PT e Patriota (hoje fundido PTB para formar o Patriota), com 3; PTB, com 2; e PRTB e PMN, com 1 cada.
Para 2026, o governador Ronaldo Caiado pretende elevar a eficiência de eleitos. Com o fim das convenções, nesta segunda-feira (5), será possível saber a representatividade de cada legenda no páreo.
Exército de prefeitos em Goiás
Como já mencionado pelo Jornal O Hoje, o governador, que também é presidente do União Brasil, conseguiu filiar um número significativo de prefeitos e pré-candidatos às prefeituras em sua legenda. A manobra é vista como uma forma de fortalecimento para 2026, mesmo que esvazie siglas aliadas.
Segundo o professor e cientista político, Marcos Marinho, essa estratégia do Caiado pode ser enxergada por vários ângulos. Ele aponta que o gestor quer tornar o União Brasil o partido mais forte do Estado e tenta criar uma capilaridade, inclusive, que sempre foi do MDB.
“Talvez, na perspectiva de que, fortalecendo a União Brasil, vai ter o partido mais capilarizado em 2026 para fazer campanha para presidente”, avalia. Para Marinho, existe um problema de coligação. “Quando o partido é muito grande, ele não tem com quem coligar.”
É preciso dizer, Caiado trabalha, desde o pós-reeleição, para se viabilizar como pré-candidato da direita ao Palácio do Planalto, em 2026. O gestor tenta desbancar nomes do espectro, como os também gestores estaduais, Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ratinho Júnior (Paraná). O goiano tenta garantir, também, a preferência e apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível.