Em áudio, Marçal se ofereceu para enviar e-mails ajudando grupos que aplicava golpes bancários
Funcionário vaza gravação em que Pablo Marçal discute pagamento a apoiadores
Marçal se ofereceu para enviar e-mails ajudando grupos que aplicava golpes bancários. Um funcionário de Pablo Marçal (PRTB) vazou um áudio no Discord. A gravação mostra uma conversa sobre um pagamento feito ao funcionário por meio de um intermediário. O montante destinava-se à divulgação de cortes dos vídeos de Marçal nas redes sociais. A comunidade “Cortes do Marçal” compartilhou o áudio em 1º de agosto de 2024.
Marçal se ofereceu para enviar e-mails ajudando grupos que aplicava golpes bancários
A princípio, no áudio, Jefferson Zantut, funcionário da PLX Digital, uma das empresas de Marçal, explica o motivo do atraso no pagamento. Zantut afirma que o valor caiu na conta de uma prestadora de serviços, responsável por emitir notas fiscais e repassar o dinheiro. Ele orienta a prestadora a separar uma pessoa de sua equipe para realizar os pagamentos e reforça essa orientação.
Na última segunda-feira (19), Marçal negou à Justiça Eleitoral ter realizado qualquer pagamento a apoiadores durante a campanha. O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu, no sábado (17), a suspensão do registro de candidatura de Marçal e a abertura de uma ação para investigar possível abuso de poder econômico na pré-campanha. A Justiça ainda analisa o caso.
Além disso, a Polícia Federal obteve outros áudios que indicam a participação de Marçal em um esquema de golpes bancários. O jornal O Globo revelou essas gravações. Nas conversas, Marçal discute a captura de endereços de e-mails usados no esquema. A Justiça condenou Marçal a quatro anos e cinco meses de prisão por participar do grupo criminoso. No entanto, a pena prescreveu e não houve cumprimento.
Sendo assim, o grupo enviava e-mails com assuntos falsos, como avisos de inadimplência ou irregularidades no CPF e na declaração do Imposto de Renda, para capturar senhas das vítimas. Marçal coletava as listas de e-mails, que o grupo usava para infectar os computadores das vítimas com programas maliciosos.
Logo depois, em um dos diálogos, Marçal discute a seleção de e-mails com o líder do grupo e sugere enviar as mensagens ele mesmo. O líder do grupo recusa a oferta. Enfim, outros áudios mostram Marçal compactando os e-mails capturados e enviando-os ao líder do grupo. Ou seja, Marçal também operava computadores que capturavam endereços eletrônicos, enquanto outros enviavam as mensagens fraudulentas.
Em áudio, Marçal se ofereceu para enviar e-mails ajudando grupos que aplicava golpes bancários. Por fim, Pablo Marçal não se manifestou sobre os áudios. Em depoimento anterior, ele afirmou que apenas fazia a manutenção de computadores e que desconhecia as atividades ilícitas do grupo.