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sábado, 23 de novembro de 2024
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Culpabilidade

Expulsão de Ibaneis divide emedebistas

Enquanto uns brigam pelo afastamento imediato do governador, outros pedem cautela

Postado em 11 de janeiro de 2023 por Felipe Cardoso
Expulsão de Ibaneis divide emedebistas
Enquanto uns brigam pelo afastamento imediato do governador

O MDB está dividido. Depois dos ataques ao Congresso Nacional, Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, e, consequentemente, o afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB) do cargo, lideranças da sigla divergem agora sobre a culpabilidade do gestor. 

Enquanto uma ala do partido pede a expulsão imediata de Ibaneis por suspeitar que o governador fez vista grossa à situação, uma outra parcela clama por cautela. Isso porque nem todos acreditam que Ibaneis tenha sido, de fato, conivente. Pensam que simplesmente falhou na função de impedir o pior. 

O presidente do MDB metropolitano, Henrique Alves, é um deles. Em entrevista ao jornal O HOJE, o emedebista disse ser contrário a uma expulsão sumária, seja de Ibaneis ou qualquer outro membro da sigla. “O mínimo que uma pessoa tem que ter é o direito a defesa. Ele precisa explicar os motivos que o levaram a agir daquela maneira, precisa explicar os motivos que o levaram a conduzir o cenário daquela forma”, argumentou. 

Em outro trecho, Alves ainda chamou atenção para o prazo de 90 dias em que o gestor permanecerá afastado do cargo de governador do DF. “Nesses três meses teremos a oportunidade de apurar e tomar a melhor decisão. Sem contar que estamos falando de um governador, não é uma figura qualquer”, destacou ao defender que qualquer ato seja tomado com a devida cautela. Depois, arrematou: “Conheço o Ibaneis da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], sempre foi um democrata”. 

No cenário nacional, porém, a situação é diferente. Um dos influentes que defende a expulsão de Ibaneis é o senador Renan Calheiros. O emedebista chegou a declarar que o governador agia em “benefício de Bolsonaro e dos terroristas há bastante tempo”.Conforme mostrado pelo Correio Braziliense, o senador pede não apenas o imediato afastamento do colega de partido como também que o gestor seja investigado pela CPI que será instaurada no Congresso. 

Calheiros conta com uma ala do partido que não concorda com as posições do governo de Ibaneis. O senador, vale destacar, começou a recolher assinaturas para instalação da CPI dos Atos Antidemocráticos ainda na noite do último domingo (8/1) enquanto a Força Nacional tentava varrer os radicais da Esplanada dos Ministérios, na Capital Federal.

Outro ponto relevante é que Ibaneis agiu a contragosto de parte importante do MDB na eleição do ano passado. Na contramão de alguns caciques que trabalhavam na tentativa de emplacar o nome da senadora Simone Tebet (MDB) como terceira via na corrida pela presidência, Ibaneis ficou do lado de Bolsonaro e trabalhou pela reeleição do ex-presidente até o último minuto. Nos bastidores a informação é que parte dessa cúpula pode, agora, tentar retaliar o governador. 

Um dia depois da decisão de Moraes, o MDB-DF se posicionou sobre o assunto. Sem mencionar qualquer possibilidade de expulsão do gestor, pediu, na verdade, a recondução de Ibaneis ao posto de governador. “Respeitamos a decisão do eminente ministro. Todavia, ousamos discordar, por considerar que tal decisão representa uma intervenção contra a autonomia política e administrativa do Distrito Federal, sem a devida apuração dos fatos” 

“Informações equivocadas”

A governadora em exercício, Celina Leão (PP), saiu em defesa do governador Ibaneis ao comentar o afastamento do titular. Conforme mostrado pela reportagem do Correio, ela assegurou que o emedebista recebeu informações equivocadas sobre os atos. Isso, segundo ela, será provado. “No bojo do inquérito, isso vai ficar bem claro, e as pessoas vão ser punidas. Temos certeza que não tem a participação do Ibaneis”, disse.

O MDB goiano também foi procurado para comentar o assunto, mas até a publicação desta reportagem não respondeu aos questionamentos. 

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