Situação de Torres se agrava após depoimento de Ibaneis Rocha
À PF, Rocha disse que somente ex-secretário teria acesso aos relatórios de segurança em Brasília
O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou em depoimento à Polícia Federal que somente o então secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, teria o relatório de inteligência relacionado aos atos de vandalismo realizados em Brasília no último domingo (8).
No depoimento de Ibaneis, ele declarou que não teve acesso a nenhum relatório de segurança sobre as manifestações e que nunca havia sido informado sobre o risco de violência diante dos atos em Brasília.
O ex-governador também afirmou que deu poderes à alta cúpula da Secretaria de Segurança Pública do DF para que as autoridades de segurança pudessem agir diante de invasões, mas que foi surpreendido quando viu que a polícia não apareceu para “defender a Esplanada dos Ministérios”.
Além disso, Ibaneis diz ter sido informado da viagem de Torres aos Estados Unidos, apenas quando ligou para o ex-secretário. “O fato de ele estar fora do Brasil, naquele dia crítico, acabou com minha confiança. Por isso eu o demiti”, disse à Polícia Federal.
Ibaneis foi afastado do cargo um dia depois dos ataques em Brasília, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Confira: Ibaneis Rocha presta depoimento na PF
Consequências
A situação do ex-ministro Anderson Torres em relação a Polícia Federal (PF), pode ter se agravado após a polícia encontrar em sua casa uma minuta de um decreto da época em que ele era ministro da Justiça. O texto teria o objetivo de criar uma comissão que poderia alterar o resultado da eleição que terminou com a não reeleição de Jair Bolsonaro (PL).
Torres disse através de suas redes sociais que a minuta seria descartada e que o documento foi “vazado fora de contexto” para ajudar a “alimentar narrativas falaciosas” contra ele.
O ex-ministro já teve a prisão decretada por Alexandre de Moraes e a expectativa é de que ele seja preso neste sábado (14), assim que chegar ao Brasil.