Exército barra posse de ex-ajudante de ordens de Bolsonaro em batalhão de Goiânia
Novo comandante, Tomás Paiva freou nomeação do tenente-coronel Mauro Cid em batalhão da Capital. Cid é investigado por operar caixa 2 no governo Bolsonaro e figura como um dos ‘responsáveis’ pela demissão de ex-comandante do Exército, general Arruda
O novo comandante do Exército, Tomás Miguel Ribeiro Paiva, barrou a nomeação do tenente-coronel Mauro Cid para o Batalhão de Ações e Comandos de Goiânia. A medida foi confirmada pelo Ministério da Defesa na noite desta terça-feira (24/1). Cid figura como suspeito de ter operado uma espécie de caixa 2 no governo Bolsonaro. Ele era próximo ao ex-presidente e atuava como uma espécie de ajudante de ordens.
A decisão veio na esteira de uma reunião entre integrantes do Alto Comando do Exército. Em nota enviada à imprensa o Exército disse que Cid “encaminhou requerimento ao Gabinete do Comandante do Exército solicitando adiamento do comando, e o pedido foi deferido”.
Três dias antes, ou seja, no último sábado (21/1), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), decidiu demitir o comandante do Exército, Júlio César Arruda. O então comandante foi o responsável por designar Cid para o comando do 1º Batalhão de Ações e Comando de Goiânia.
Como se não bastasse, o jornal Metrópoles revelou que assim que as suspeitas vieram à tona, Lula mandou afastar Cid do cargo, o que o general Júlio Cesar Arruda se recusou a fazer e, com isso, terminou demitido. A situação foi “a gota-dágua” segundo o portal de notícias da UOL.
O batalhão em questão, vale lembrar, é especializado em anulação de ameaças urbanas e detém forte armamento. A leitura é que aos olhos do governo federal, ter no comando alguém com tamanho alinhamento ao ex-presidente representa uma ameaça e inviabiliza a permanência. O grupamento militar comandado por Cid na Capital está localizado no Jardim Guanabara.
Ao Metrópoles, Bolsonaro descartou a possibilidade de caixa 2 em seu governo. Ele disse que “nunca foram feitos saques do cartão corporativo pessoal” e enviou dez páginas de extratos do cartão corporativo em nome de Cid, onde não aparecem movimentações.
Bolsonaro ainda acrescentou que todas as despesas administradas por ajudantes de ordem somavam aproximadamente R$ 12 mil por mês e que os pagamentos eram feitos com dinheiro oriundos “exclusivamente” de sua conta pessoal.