“É necessário criar sub-prefeituras em zonais de Goiânia”
Venceslau Pimentel e Sara Queiroz (Especial para o Hoje) O deputado federal e pré-candidato a prefeitura de Goiânia, Giuseppe Vecci (PSDB), concedeu entrevista na sede do Jornal O Hoje, na última sexta-feira, (04). Ele falou sobre a sensação de ser candidato do PSDB após 16 anos sem o seu partido disputar em faixa própria, na capital, e […]
Venceslau Pimentel e Sara Queiroz (Especial para o Hoje)
O deputado federal e pré-candidato a prefeitura de Goiânia, Giuseppe Vecci (PSDB), concedeu entrevista na sede do Jornal O Hoje, na última sexta-feira, (04). Ele falou sobre a sensação de ser candidato do PSDB após 16 anos sem o seu partido disputar em faixa própria, na capital, e destacou o modelo de gestão que ele pretende implantar, caso seja eleito. O tucano adianta as conversações sobre eventuais alianças. Ele ainda defende o modelo de gestão compartilhada e diz que o aplicaria na prefeitura. Vecci também avalia o atual modelo de gestão na prefeitura de Goiânia e antecipa os pontos que irão fazer parte do seu plano de governo. Confira os principais trechos da entrevista:
O HOJE – Qual a sensação de representar o PSDB, após 16 anos sem lançar candidato próprio à prefeitura de Goiânia?
Vecci – Sinto-me honrado de ser o pré-candidato do PSDB. Estamos há 16 anos vendo o PT e o PSDB destruindo o modo nosso de governar, principalmente na gestão de Nion Albernaz, que cuidou e zelou pela nossa cidade. Hoje eu diria que o maior problema que enfrentamos em nossa cidade é a falta de gestão, porque ela é talvez a questão primordial que elenca as demais questões da nossa capital. Goiânia está maltratada, há omissão por parte da prefeitura. Ela está distante dos desejos das pessoas. Não há prestação de um serviço público de qualidade. Então, a sensação que eu tenho é de retomada de um orgulho para Goiânia e, para isso, nós temos que ouvir o que pensa o cidadão goianiense. Você tem que bater de porta em porta, ouvir o que ele tem a dizer e, a partir daí, construir um projeto, um planejamento que possa representar os anseios e as necessidades da população de Goiânia, do ponto de vista das questões mais presentes da prefeitura e também do ponto de vista de longo e médio prazo para que a gente possa dar um rumo para Goiânia.
O eleitor goianiense apoia e vota sempre no governador Marconi Perillo, mas não elege o candidato apoiado por ele. Por quê?
Ao longo desse período, o PSDB só teve um candidato há 16 anos (Lúcia Vânia, em 2000).
Mas apoiou dois aliados, em 2004, 2008 e 2012.
Sim. Tivemos aliados importantes nossos disputando: Sandes Júnior e Jovair Arantes. Com certeza nós não conseguimos chegar ao coração das pessoas com propostas perceptíveis para elas. E esse é o esforço que nós queremos fazer. Isso tem que ser consubstanciado em um bom projeto de planejamento que represente mesmo a participação da população, compartilhamento do governo na formulação de ideias para mudança de Goiânia.
O que Goiânia mais precisa hoje considerando o atual modelo de Gestão?
Planejamento. A cidade não é única, é um conjunto de cidades dentro de uma cidade maior. É preciso ter uma proposta para os bairros, que atendam as demandas específicas dos moradores daquele local. É necessário, que nesse sentindo, sejam criadas sub-prefeituras nas zonais de Goiânia, como forma de aproximar a prefeitura dos bairros e da população; descentralizar serviços, regionalizar os órgãos para os bairros, para atender as demandas mais prementes dos bairros, que vão desde pequenas melhorias urbanas, regularização de lotes, questão da saúde, segurança, renda do próprio bairro, educação. Existe outro eixo estratégico que é para a grande Goiânia. Trânsito, transporte coletivo, meio ambiente, desenvolvimento econômico… Isso tudo é para Goiânia inteira. E o terceiro estratégico é ter políticas públicas específicas para segmentos específicos da sociedade: idosos, pessoas com deficiência, usurários de drogas, juventude, mulher, minorias, etc..
O senhor vê, então, distanciamento entre prefeitura e sociedade?
Eu não tenho dúvida que estão distantes, e a prefeitura, além disso, está omissa. O prefeito tem que criar canais de interlocução, de diálogo, e quando você aproxima a prefeitura do bairro, das associações comunitárias, no mínimo essas demandas aparecem com resolução em conjunto.
Como agregar o seu perfil técnico ao político, considerando que o senhor está em seu primeiro mandato eletivo?
Político eu sou muito há tempo. Mesmo realizando políticas técnicas, eu tive oportunidades de formular planos e criar condições de desenvolvimento, desde o governo de Henrique Santillo. Ajudei Henrique e Marconi Perillo a criar a maioria dos programas sociais: UEG, Renda Cidadã, Bolsa Universitária, Vapt-Vupt, etc. Eu, fisicamente, não sou conhecido, mas meu trabalho é conhecido por toda a população. A partir de agora eu posso mostrar para as pessoas que mesmo não me conhecendo fisicamente elas conhecem meu trabalho. E nas últimas eleições eu tive mais de 120 mil votos. Então, para quem é considerado só um técnico, foi muito voto.
Mas há uma diferença entre candidatura proporcional e majoritária.
Eleição proporcional é mais restrita. Na Câmara de Deputados eu participei de seis comissões e um conselho, participei da reforma tributária. Tudo isso me deu o aprendizado, principalmente do contraditório. O bom de você estar lá na Câmara Federal, como deputado, é entender que o mesmo assunto pode ser visto de várias formas diferentes. Na eleição majoritária você tem uma percepção macro da cidade como um todo e micro com a visão de cada bairro. Eu acho que é fazer uma campanha para prefeito como se fosse de vereador, indo de bairro em bairro, batendo de porta em porta, ouvir o que as pessoas têm a dizer sobre Goiânia. As pessoas estão descrentes e céticas com a classe política. Então, o mínimo que a gente pode compreender agora é capacidade de ouvir e entender a população.
Já está articulando alianças?
Todo candidato quer ter o maior número possível de apoio. Eu não fujo à regra. Vou continuar discutindo com cada um desses partidos para tentar aglutinar e criar uma musculatura maior à minha candidatura. Mas eu não posso deixar de reconhecer o direito que eles têm (os partidos aliados), apesar de serem da base aliada do governador Marconi Perillo, de lançar candidatos. Se eu não conseguir aglutinar, vou respeitar e espero que possamos estar juntos no segundo turno.
Luiz Bittencourt pode ser seu vice, conforme especulações de bastidores?
Eu acho que o PTB, o Luiz, assim como outros que já se colocaram como o deputado federal Sandes Júnior, são passíveis de discussão, e eu espero avançar nessas discussões para formar uma chapa competitiva. Nós sabemos que nossos adversários têm força, poder e história, e é preciso que também a gente crie essa musculatura maior para avançarmos termos êxito nesse processo eleitoral.
Gestão compartilha é uma saída para a administração pública?
O governo não pode se furtar de ter uma proposta para saúde, nem para educação. Tem que existir um planejamento, mas a gestão pelas OS’s, no caso da saúde, foi muito positiva para o Estado. Eu entendo, do ponto de vista de gestão, que as unidades de saúde de Goiânia também podem ser passadas para OSs, não para ser uma salvação, mas para ter uma gestão mais rápida de ágil. Por mais que tenham aumentado os recursos para educação, não melhorou a qualidade do ensino, porque a educação está cheia de corporativismo, está cheia de interesses que não são de aprendizado. Eu não vejo problema em colocar em prática esse modelo em Goiânia.