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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
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Dia delas

Sim, lugar de mulher também é no volante!

Apesar do estigma sofrido pelas mulheres motoristas elas não desistem e têm invadido cada vez mais as pistas

Postado em 8 de março de 2016 por Redação
Sim
Apesar do estigma sofrido pelas mulheres motoristas elas não desistem e têm invadido cada vez mais as pistas

Ingrid Reis e Jéssica Chiareli

Um levantamento do Departamento Nacional de Trânsito
(Denatran), realizado em 2014, aponta que a mulher é mais cautelosa no trânsito
do que homem. De acordo com os dados, 71% dos acidentes são provocados pelos
homens e apenas 11% pelas mulheres, sem contar que 70% das multas são para
motoristas do sexo masculino.

A motorista do Uber, Larissa Manrique, 27, conta que sofre muita
discriminação no trânsito por ser mulher. “Ouço muito de homem que ‘lugar de
mulher é na cozinha’ ou ‘vai lavar roupa’. Quando não deixo que eles me
ultrapassem pela direita, a coisa fica bem pior, é quase com se eu estivesse
ferindo a virilidade deles”, explica.

Segundo ela, muitos homens acham inovador uma mulher
dirigindo profissionalmente, mas infelizmente nem todos pensam assim. Larissa
conta que já presenciou uma colisão causada por um homem que estava dirigindo e
falando ao telefone.

Após o ato de imprudência, que acabou levando ao acidente, ele
ainda hostilizou a condutora, quando percebeu que se tratava de uma mulher. “Ele
desceu do carro e ameaçou a motorista que não tinha culpa nenhuma no acidente”,
declarou.

A profissional afirma que nunca sofreu assédio no Uber, uma
vez que o público é diferenciado, mas mesmo assim usa uma aliança de namoro bem
grossa, para tentar evitar investidas indesejadas.

Perigos

Apesar de ganhar a vida como motorista, Larissa explica que
o perigo dos assaltos é ainda pior quando a motorista é mulher, principalmente
à noite. “Me sinto vulnerável não é pela perda de bens materiais, mas pelo
risco de estupro, porque eles atacam mesmo.”

Por outro lado, a presença da motorista é um alívio para as
clientes. Quando percebem que quem conduz o veículo é uma mulher, muitas se
sentem mais seguras, já que não correm risco de sofrer assédio ou violências
mais graves.

Algumas se sentem tão à vontade que acabam até mesmo fazendo
confidências. “As passageiras às vezes dividem tristezas, frustração e até
lágrimas por saberem que o que será conversada no carro não sairá dali”, diz.

  

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