Jéssica Chiareli

A transcrição do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva à Polícia Federal (PF) foi divulgado publicamente na tarde desta
segunda-feira (14). As declarações foram feitas após a condução coercitiva de
Lula pela PF ao aeroporto de Congonhas, no dia quatro de março deste ano.

Durante o interrogatório, o ex-presidente foi questionado
sobre a atividade exercida pelo instituto que leva o seu nome e possíveis
doações recebidas por meio da instituição.

Além disso, Lula também foi inquirido sobre supostas ligações com as empresas Camargo Correa e OAS, que estão sendo investigadas
na Lava Jato, e o favorecimento delas em contratos de administração federal.

O ex-presidente disse que as empresas não têm nenhuma relação
de poder com o Instituto Lula, mas admitiu que é possível que Paulo Okamotto e
Clara Ant tenha pedido doação a elas.

Triplex

Durante o depoimento, também houve perguntas sobre o Triplex
no Guarujá, que teria sido recebido por Lula como recompensa por favorecimento
das empreiteiras em processos de licitação.  

Lula confirmou que esteve presente no imóvel com sua esposa,
Marisa, e que pensou em comprar o empreendimento, mas que perdeu o interesse ao
constatar o tamanho do apartamento. “Um triplex de 215 m é um triplex ‘Minha Casa,
Minha Vida’, era pequeno”, declarou.

Contudo, o ex-presidente refutou as denúncias. Para ele, o procurador que o acusou de ser dono
do apartamento era quem deveria ser chamado para depor, já que não haveria provas da posse do imóvel. Além disso, Lula afirmou
acreditar que está participando do caso mais complicado da “história jurídica
do Brasil”.

“tenho um apartamento que não é meu, eu não paguei, estou
querendo receber o dinheiro que eu paguei, um procurador disse que é meu, a
revista Veja diz que é meu, a Folha diz que é meu, a Polícia Federal inventa a
história do triplex que foi uma sacanagem homérica […]”, declarou. 

Foto: reprodução