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sábado, 23 de novembro de 2024
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Tolerância zero para Forças de Paz

Chefes de Missões de Paz serão cobrados quanto a abusos sexuais. Ano passado 99 alegações de violência sexual

Postado em 28 de março de 2016 por Sheyla Sousa

Em mensagem aos funcionários das Nações Unidas que serão enviados para coordenar missões no terreno, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou que todos eles são responsáveis por ajudar a combater o abuso e a exploração sexuais eventualmente cometidos pelas Forças de Paz da Organização.

O chefe da ONU exigirá o apoio dos líderes das Missões para estabelecer uma “cultura de tolerância zero”. No ano passado, 99 alegações de violência sexual em Missões de Paz vieram à tona, em 2015. Novas denúncias continuaram a surgir também em 2016.

“Estamos intensificando iniciativas de prevenção, de reforço (da aplicação de normas) e de apoio às vítimas. Nós também temos (agora) mecanismos mais fortes de responsabilização”, destacou Ban Ki-moon.

O secretário-geral lembrou que, na semana passada, o Conselho de Segurança adotou a resolução 2272. A medida endossou o conjunto de propostas especiais do chefe da ONU para combater o abuso sexual. “Sou grato aos membros do Conselho de Segurança por me ajudarem a quebrar o silêncio, a expor os problemas e a responder vigorosamente”, disse.

Ban Ki-moon ressaltou que todas as ações tomadas pela ONU para enfrentar o problema estão sendo baseadas em recomendações de um Painel Independente sobre Operações de Paz.

O organismo já havia sugerido quatro mudanças essenciais: garantir o primado das soluções políticas; considerar o conjunto completo de respostas para a paz; estabelecer parcerias mais sólidas com outras partes; e concentrar atividades no terreno e nas pessoas.

Todos esses objetivos poderão receber contribuições dos funcionários das Nações Unidas que vão liderar as Missões.

O secretário-geral destacou ainda que as mulheres são “especialmente importantes” para as operações de paz da ONU. “Elas servem como modelos para a equipe e as comunidades anfitriãs. Nossas líderes mulheres provam que a igualdade de gênero é mais do que um objetivo nobre – é uma vantagem prática.”

O chefe da ONU também solicitou aos futuros líderes das Missões que se comprometam plenamente com a iniciativa “Human Rights Up Front”, um projeto que busca prevenir violações dos direitos humanos e genocídios.

“Nossa meta e nossa responsabilidade são agir rápida e decisivamente – muito antes de as situações se agravarem e ficarem fora de controle”, afirmou. “No pior dos casos, quando vocês observarem o risco de atrocidades ou crimes serem cometidos, não esperem por instruções. Manifestem-se, mesmo que isso possa ofender alguns. Seu dever é para com os que estão em risco”. 

 

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