PMDB rompe oficialmente com a presidente Dilma
Ao final da reunião, realizada em Brasília, peemedebistas comemoraram a decisão com gritos de “Fora Dilma” e “Temer presidente”
Em clima de festa e aos gritos de “Fora, PT” e “Temer presidente”, o PMDB aprovou ontem, por aclamação em três minutos a moção de rompimento com o governo Dilma Rousseff. O clima da reunião do partido foi de euforia entre os defensores do desembarque. Os políticos mais alinhados ao governo ou aqueles que ainda tinham dúvidas sobre o momento adequado para dar este passo não compareceram. Comandando a reunião, o senador Romero Jucá leu uma moção apresentada pelo PMDB da Bahia, em nome de Geddel Vieira Lima.
– A moção requer a imediata saída do PMDB do governo, com a entrega dos cargos e abertura de processo de ética contra os envolvidos – disse Jucá.
A moção foi aprovada por aclamação, aos gritos e aplausos dos mais de cem membros do diretório nacional.
– O PMDB se retira da base do governo da presidente Dilma e ninguém no país está autorizado a exercer qualquer cargo no governo federal. A decisão está tomada – disse Jucá, ressaltando ser um encontro histórico.
Jucá abriu o encontro anunciando que havia 11 moções pedindo a saída, mas que uma seria aprovada sintetizando todos os textos.
– Na convenção do dia 12 de março, o PMDB unido decidiu que em até 30 dias iríamos apreciar as 11 moções apresentadas, todas elas pedindo o afastamento do governo federal – disse Jucá.
Figuras emblemáticas do rompimento, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o vice-presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR) e o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) chegaram ao local da reunião do Diretório Nacional, na Câmara, estampando sorrisos no rosto. Jarbas resumiu o espírito do encontro desta tarde, dizendo que há mais de 15 anos não via o partido tão unificado:
– Lula, Dilma e o PT conseguiram unificar quase que na totalidade o partido contra o governo. Na minha história, não vi nenhum ato tão próximo da unanimidade no PMDB como este – afirmou.
Jucá colocou uma única moção em votação, liderada pelo diretório do PMDB da Bahia, pedindo o rompimento e a entrega imediata de todos os cargos ocupados pelo partido. Aprovada por ampla maioria dos peemedebistas, todos levantaram e gritaram: “Brasil pra frente, Temer presidente” e “Fora, PT”.
Segundo Jucá, a saída dos agora seis ministros do PMDB do governo será ditada pela “consciência” de cada um.
Filha do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, afirmou que veio à reunião para acompanhar a decisão do PMDB pelo desembarque. Sarney foi procurado pelo ex-presidente Lula para tentar evitar o rompimento.
– O timing de saída está certo. Estou aqui acompanhando a decisão que o partido for tomar – disse. (AG)