Varejo apresenta queda, diz pesquisa do IBGE
Das oito atividades de comércio varejista pesquisadas pelo Instituto, seis apresentaram queda no levantamento mensal
Rhudy Crysthian
A queda no volume das vendas no varejo, na passagem de abril para maio (-1,0%), na série com ajuste sazonal, foi acompanhada por seis das oito atividades que compõem o comércio varejista, com destaque para os recuos em artigos de uso pessoal e doméstico (-2,4%) e móveis e eletrodomésticos (-1,3%). Os dados são da pesquisa mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Outras contribuições negativas relevantes, em maio de 2016, foram observadas nos segmentos de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,8%) e combustíveis e lubrificantes (-0,4%) e, com menor impacto em equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,0%).
Por outro lado, entre abril e maio de 2016, vale citar a estabilidade nas vendas em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,0%), setor de maior peso no índice geral do varejo, que repetiu o patamar de vendas observado no mês imediatamente anterior e o crescimento de 1,5% nas vendas de Tecidos, vestuário e calçados, nesse mesmo período.
Alimentos
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com taxa de -5,6% no volume de vendas em maio de 2016, sobre igual mês do ano anterior, foi a principal contribuição negativa na formação da taxa global do índice. Em termos de resultados acumulados, a atividade apresentou variação no ano de -3,7% e nos últimos 12 meses de -3,4%. Este desempenho negativo vem refletindo o menor poder de compra da população, tanto pela redução da renda real quanto por pressão inflacionária do grupamento alimentos em domicílio, medido pelo IPCA.
Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que englobam lojas de departamentos, joalherias, artigos esportivos e brinquedos, com recuo de 15,5% em relação a maio de 2015, proporcionando o segundo maior impacto negativo na formação da taxa do volume de vendas do varejo. Vale ressaltar o já citado recuo da massa real de rendimentos das pessoas ocupadas e a maior restrição do acesso ao crédito, comprometendo o volume das vendas comemorativas do Dia das Mães em 2016.
A atividade de móveis e eletrodomésticos, com variação de -14,6% no volume de vendas em relação a maio do ano passado, registrou o terceiro maior impacto negativo na formação da taxa do varejo. A dinâmica de vendas desse segmento, bastante associada ao crédito, também pode ser associado ao fraco desempenho das vendas em comemoração ao Dia das Mães, comparado a maio de 2015. No acumulado do ano e dos últimos 12 meses, as taxas foram de -15,3% e -15,9%, respectivamente. O segmento de combustíveis e lubrificantes apresentou recuo de 10,9% no volume de vendas em relação a maio de 2015, respondendo pela quarta maior contribuição negativa à taxa global do varejo. A taxa de crescimento acumulada no ano (-10,0%) e a dos últimos 12 meses (-8,7%) refletem, ainda, a elevação dos preços de combustíveis acima da média geral de preços. Embora, em maio de 2016, os preços dos combustíveis tenham apresentado a menor variação em 12 meses.
A atividade de Tecidos, vestuário e calçados, com variação de -13,5% em relação a igual mês do ano anterior, também foi responsável pela quarta maior participação negativa na composição do índice geral do varejo. Este tipo de atividade, que geralmente reflete positivamente a comemoração do Dia das Mães, neste de maio de 2016 apresentou resultado negativo e abaixo da média geral. (Com informações do IBGE)