Ao retornar do intervalo, governistas dizem que Dilma não soa convincente
Senadores favoráveis ao afastamento de Dilma dizem que ela não está sendo convincente em sua defesa para desmontar a tese da acusação de que cometeu crime de responsabilidade
No intervalo da sessão em que a presidenta afastada Dilma Rousseff apresenta sua defesa no julgamento do impeachment, o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), afirmou que, apesar das críticas dela ao governo Temer e a parlamentares governistas, o voto dos senadores não deve mudar. "Pode comover alguns lá fora, aqui dentro não", afirmou.
Senadores favoráveis ao afastamento definitivo de Dilma dizem que ela tem dado respostas muito técnicas e que, até então, não está sendo convincente em seus argumentos para desmontar a tese da acusação de que cometeu crime de responsabilidade.
O presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), que será o primeiro a fazer perguntas após o intervalo, acha que faltou tom emocional ao discurso. Além dele, pelo menos, mais 38 senadores devem fazer perguntas ainda hoje à presidenta afastada. Como cada um tem cinco minutos para inquiri-la e ela não tem limitação de tempo para responder, a expectativa é que esta fase invada a madrugada.
Defesa
Embora reconheçam que Dilma Rousseff dificilmente sairá vitoriosa do processo, senadores contrários ao impeachment, como Randolfe Rodrigues (Rede–AP) destacam que a presidenta afastada fez nesta segunda-feira (29) um discurso histórico.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) ressaltou que o discurso de Dilma foi “sereno repsitoso, mas condutente e forte, sem deixar de dizer que esse processo é uma farsa”.
Antes de interromper a sessão para o almoço, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que comanda a sessão no Senado, elogiou a "objetividade das perguntas" e o respeito no tratamento entre os senadores e a presidente afastada. Segundo o magistrado isso " garantiu o alto nível" da sessão”.
Ausências
Diferentemente dos últimos dias, hoje, o plenário do Senado está lotado de parlamentares, convidados, jornalistas e assessores. Dois senadores estão ausentes: Wellington Fagundes (PR-MT), que está internado em um hospital particular na capital federal desde a noite de sábado (27), quando sentiu-se mal durante a sessão. Já o senador João Alberto Souza (PMDB-MA) está no Maranhão, mas, segundo a assessoria de seu gabinete, chega ainda nesta tarde a Brasília.
Câmara
A expectativa é que na parte da tarde, pela primeira vez, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acompanhe a sessão do plenário do Senado. A assessoria do parlamentar no entanto, não confirma a informação. (Marcelo Camargo/Agência Brasil) (Ebc)