Laboratório de refino de cocaína é desarticulado em Abadia de Goiás
No local, a Denarc apreendeu 35 quilos de cocaína, parte dela já pronta para distribuição, além de pasta-base
Um grande laboratório de refino de cocaína localizado no
setor Porto Seguro, em Abadia de Goiás, foi desarticulado nesta quinta-feira
(15). De acordo com a Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), no
local, foram apreendidos 35 quilos de cocaína, parte dela já pronta para
distribuição, além de pasta-base e “escama de peixe”, droga refinada na origem
com alto grau de pureza. A operação foi batizada de “Operação Ancião”.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Vinícius
Teles, o laboratório era guarnecido por duas prensas industriais, uma delas com
capacidade de 60 toneladas (a maior já apreendida em um laboratório clandestino
em Goiás), dezenas de formas, insumos destinados à manipulação da droga
(fenacetina, ácido bórico, entre outros), balanças de precisão, etc.
No imóvel os policiais prenderam Orlando Gregório Torrico,
também conhecido como Auricélio da Paz, já condenado em duas oportunidades por
tráfico de drogas no Tocantins e em Goiás por uso de documento falso. Em
Hidrolândia, no Loteamento Grande Goiânia, foram presos outros integrantes do
bando: Reginaldo Oliveira Andrade, sua esposa Raquel Rodrigues Marinho e o
líder da associação criminosa, Manoel Francisco de Oliveira Paes. Com Reginaldo
e Raquel havia um quilo de pasta base, insumos e uma balança de precisão.
Manoel, já com 63 anos (o que deu o nome à operação), tem
condenações por tráfico de drogas (1985, 1998, 2000, 2006 e 2008, nos Estados
em Rondônia e Acre), estelionato (1997/AC) e homicídio (1986/AC). Coordenador
da associação, ele ia mensalmente a Porto Velho (RO), onde adquiria entre 30 e
40 quilos de pasta-base de cocaína, que posteriormente eram manipulados no
laboratório de Abadia.
Orlando era responsável apenas pela guarda do imóvel. Raquel
foi detida porque tinha plena ciência e disponibilidade da droga que se
encontrava em sua casa. A associação conseguia, após a inserção de insumos,
praticamente dobrar o volume da droga, vendendo entre 70 e 80 kg de entorpecente/mês
a traficantes de Goiânia e Tocantins.
As investigações continuarão em parceria com as Polícias
Civis do Tocantins e Rondônia, para que sejam identificados os traficantes que
forneciam e adquiriam as drogas. Os autuados responderão por crimes de tráfico
de drogas, petrechos para produção de drogas e associação para o tráfico,
podendo pegar, caso condenados, até 41 anos de reclusão e multa.