“Povo brasileiro não pode se tornar refém” afirma Temer após crise em ES
Em nota à imprensa, ele disse que a “paralisação é ilegal”
O presidente Michel Temer criticou nesta sexta-feira (10)
o movimento dos policiais militares no Espírito Santo, que há sete dias tem
causado problemas à segurança pública com a falta de patrulhamento nas ruas. Em
nota à imprensa, ele disse que a “paralisação ilegal” tem causado
temor à população e afirmou que o direito de reivindicar “não pode tornar
o povo brasileiro refém”.
“O presidente conclama aos grevistas que retornem ao
trabalho como determinou a Justiça e que as negociações com o governo
transcorram dentro do mais absoluto respeito à ordem e à lei, preservando o
direito e as garantias do povo que paga o salário dos servidores públicos,
sejam eles civis ou militares”, informou a Secretaria de Comunicação do
Palácio do Planalto.
Esta é a primeira vez que o presidente se pronuncia sobre
o assunto. No início da semana, ele autorizou, por meio dos seus ministérios, o
envio de militares e homens da Força Nacional para auxiliar na segurança da
capital Vitória e sua região metropolitana. De acordo com o comunicado, Temer
acompanha os fatos no estado “desde os primeiros momentos”.
“[O presidente] condena a paralisação ilegal da
polícia militar, que atemoriza o povo capixaba.
Ao saber da situação, determinou o imediato envio de dois
mil homens para reestabelecer a lei e a ordem no estado”, informou o
Planalto.
Desde sábado, 121 homicídios já foram registrados na
região. Na manhã de hoje, 703 policiais militares foram indiciados pelo crime
de revolta, por estarem armados e aquartelados nos batalhões. Nesta sexta-feira
(10), familiares de PMs no Rio de Janeiro concentraram-se em frente a diversos
batalhões, impedindo a saída de viaturas, da mesma forma como ocorre no
Espírito Santo.
“O presidente tem se informado todos os dias com o
governador Paulo Hartung e vai fazer todos os esforços para que o Espírito
Santo retorne à normalidade o quanto antes. Agirá da mesma forma sempre que
necessário, em todos os locais onde for preciso. O presidente ressalta que o direito à
reivindicação não pode tornar o povo brasileiro refém. O estado de direito não
permite esse tipo de comportamento inaceitável”, diz a nota.
De acordo com interlocutores presidenciais, o governo
acendeu o sinal de alerta quanto à possibilidade de os movimentos ganharem
proporções nacionais. Essa preocupação, afirmam, pode levar o presidente a
acelerar a indicação do novo ministro da Justiça e Segurança Pública, cujo
titular, Alexandre de Moraes, se licenciou após ser indicado para uma vaga no
Supremo Tribunal Federal.
(Agência
Brasil)