Ministro manda apurar vazamento de delações
Os depoimentos foram publicados na manhã desta quinta-feira (23) pelo blog O Antagonista, que é mantido pelos jornalistas Mario Sabino e Diogo Mainardi
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman
Benjamin determinou ontem (23) a abertura de investigação para apurar o
vazamento de depoimentos sigilosos de delação premiada de ex-executivos da
empreiteira Odebrecht, que foram anexados ao processo no qual o PSDB pediu a
cassação da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições presidenciais de 2014. O
magistrado é o relator do processo.
Por meio de um despacho assinado por um de seus juízes
auxiliares, o ministro atendeu pedido feito pelos advogados da ex-presidenta
Dilma Rousseff. Os depoimentos foram publicados na manhã desta quinta-feira (23) pelo blog O
Antagonista, que é mantido pelos jornalistas Mario Sabino e Diogo Mainardi. As
publicações citam supostos pagamentos de caixa 2 para a campanha de Dilma.
De acordo com o ministro, exceto a imprensa, que tem
garantida pela Constituição o sigilo da fonte de informações, todas as partes
do processo devem manter o sigilo dos depoimentos.
“Todos os envolvidos no processamento da presente Ação
de Investigação Judicial Eleitoral – magistrado, Ministério Público,
servidores, partes e qualquer terceiro interveniente – têm o dever de observar
a determinação judicial que impôs a confidencialidade, cujo descumprimento
acarretaria consequências administrativas, cíveis e criminais”, diz o
despacho.
O vazamento dos depoimentos ocorreu após Herman Benjamin
enviar aos ministros do TSE um relatório contendo o resumo do
processo e disponibilizar o acesso integral aos depoimentos em pastas
eletrônicas na rede interna de computadores do tribunal, acessadas somente
pelos gabinetes dos ministros. As defesas de todos os envolvidos também foram
autorizadas a terem acesso à íntegra do processo.
Outro lado
Após a divulgação das reportagens sobre os depoimentos, a
defesa de Dilma Rousseff declarou que a ex-presidenta nunca teve relação
próxima com o empresário Marcelo Odebrecht, um dos delatores, e jamais pediu
contribuições durante “encontros em palácios governamentais, ou
mesmo solicitou dinheiro” para o PT. (Agência Brasil)