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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Transporte Privado

Câmara aprova projeto que regulamenta uber

Taxistas comemoraram aprovação do projeto que trata da regulamentação dos serviços de transporte individual privado por meio de aplicativos, como a Uber

Postado em 5 de abril de 2017 por Renato
Câmara aprova projeto que regulamenta uber
Taxistas comemoraram aprovação do projeto que trata da regulamentação dos serviços de transporte individual privado por meio de aplicativos

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou hoje (4)
o Projeto de Lei 5587/16, que trata da regulamentação de serviços de transporte
remunerado individual por meio de aplicativos, como o Uber e o Cabify. O texto,
que agora segue para o Senado, determina uma série de exigências para que esse
tipo de serviço possa funcionar, incluindo uma autorização prévia das
prefeituras.

O parecer, aprovado em votação simbólica, alterou o
texto do deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Em seu lugar, os deputados
aprovaram o substitutivo do deputado Daniel Coelho (PSDB-PE). “Sabemos que
algumas cidades brasileiras já criaram legislação local que conseguiu dar uma
convivência pacífica entre serviço de táxis e aplicativos, caso de Brasília. O
debate precisa focar no usuário e na possibilidade de escolha, e na geração de
emprego”, disse Daniel Coelho.

Entretanto, os deputados aprovaram por 276 votos
favoráveis, 182 contra e cinco abstenções, um destaque que retirou do texto
apresentado a expressão “privado”, logo após “transporte
remunerado individual”. Com isso, os serviços só serão legalizados se
receberem uma autorização das prefeituras, como já acontece com os táxis. A
mudança foi festejada por taxistas que acompanharam a votação das galerias na
Casa. “O intuito de quem fez a emenda é acabar com o transporte privado. O
texto passa a ser um ‘frankenstein’, por que ele foi construído para ser um
transporte privado”, disse Coelho.

De acordo com o relator do substitutivo em plenário,
na prática, a emenda determina que o serviço por aplicativos não poderá
funcionar enquanto não houver regulamentação municipal. “A atividade de
natureza privada foi suprimida e aí fica público. Você inverte e coloca a
responsabilidade de o poder público autorizar. O serviço público é inerente à
regulamentação”, apontou Coelho.

Zarattini criticou as alterações do substitutivo de Coelho
e disse que a modalidade ficará sem uma regulamentação adequada. Um dos
principais pontos defendidos pelo petista era a limitação da quantidade de
veículos. Ele ainda tentou apresentar uma emenda com esse teor, mas o destaque
não foi aceito pela Mesa Diretora por ter sido apresentado fora do prazo.
Segundo Zarattini, a não limitação geraria uma sobrecarga de motoristas e uma
precarização da renda. “O nosso objetivo com este projeto é garantir que uma
modalidade de transporte que já se disseminou pelo país tenha algum tipo de
regulamentação. Não é possível que se tenha um serviço de tal amplitude sendo
que a autoridade municipal não pode fazer essa regulamentação”, disse.

De acordo com a proposta, passa a ser
responsabilidade dos municípios e do Distrito Federal a regulamentação desse
tipo de serviço. Eles também ficarão responsáveis pela fiscalização, a cobrança
dos tributos e a emissão de Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo
(CRLV) de prestação do serviço. Será exercida contratação de seguro de
acidentes pessoais de passageiros e do DPVAT para o veículo.

Pelo texto, o motorista terá que se inscrever no
INSS como contribuinte individual. A proposta exige que o serviço deverá ser
prestado por motoristas com habilitação tipo “B” ou superior “que contenha a
informação de que exerce atividade remunerada exercido”. Os profissionais
também deverão estar cadastrados nas empresas de aplicativos ou na plataforma
de comunicação.

O deputado Zarattini propôs uma emenda, aprovada por
215 votos a favor, 163 contra e quatro abstenções, que limita a idade máxima
para os veículos e determina a necessidade de autorização específica emitida
pelo poder público municipal quanto ao local da prestação do serviço, além de
certificado de registro de veículo em seu nome e placa vermelha.

Uber

Em nota, a Uber defendeu que o projeto de lei
“propõe uma lei retrógrada que não regula a Uber no Brasil, mas tenta
transformá-la em táxi, proibindo então este modelo de mobilidade”. A
empresa disse que aposta na continuidade do debate, agora no Senado. “O PL
segue agora para o Senado Federal, onde o debate sobre a tecnologia deve
continuar, garantindo que seja ouvida a voz de milhões de pessoas no Brasil que
desejam ter seu direito de escolha assegurado”.

*texto modificado às 22h12 para corrigir informação.
A declaração do terceiro parágrafo tinha sido atribuída a Carlos Zarattini,
quando era de Daniel Coelho.

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil 

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