Desafios das 7 maiores economias mundiais
Terrorismo, clima e comércio são maiores obstáculos do G7 na cúpula de Taormina, na Itália
O G7, grupo formado pelas sete economias mais industrializadas do planeta, reúne-se hoje, na cidade italiana de Taormina, para abordar desafios como o terrorismo e alcançar consensos na luta contra a mudança climática e no comércio exterior, políticas que estão sendo revistas pelo governo dos Estados Unidos. A informação é da Agência EFE.
O município da Sicília acolherá até amanhã os líderes das sete economias mais industrializadas do planeta, o G7, que detêm 32,2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.
O grupo aparecerá renovado porque quatro de seus dirigentes estarão presentes pela primeira vez: os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, Emmanuel Macron, da França e os primeiros-ministros Theresa May, do Reino Unido, e Paolo Gentiloni, da Itália.
Em torno da mesa do G7 também se sentarão o presidente do Canadá, Justin Trudeau, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, bem como os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, Jean-Claude Juncker e Donald Tusk, respectivamente.
Todos eles serão recebidos hoje de manhã no teatro grego de Taormina às 11h30 (hora local, 6h30, em Brasília) para dar início de maneira oficial à cúpula, que será dividida em seis sessões de trabalho no Hotel San Domenico.
A primeira, um almoço, e a segunda, uma sessão formal, serão feitas de forma seguida e começarão às 13h (hora local, 8h em Brasília) para abordar temas relativos à política exterior e à segurança internacional, segundo o programa divulgado pelos organizadores.
Nestas sessões, uma das poucas certezas é que sairá “um compromisso comum contra o terrorismo”. Tal problemática já seria o centro das discussões, mas é certo que haverá um enfoque maior ainda após o recente atentado em Manchester, onde morreram 22 pessoas e 64 ficaram feridas.
À tarde, começará outra reunião na qual os líderes do G7 falarão de matérias referentes ao comércio internacional e aos acordos sobre clima e meio ambiente. Os dois temas estão sob revisão pelo governo norte-americano, que, diferentemente dos parceiros, defende o protecionismo, tem receio do multilateralismo e cogita retirar-se do Acordo de Paris sobre o clima para não perder competitividade industrial frente à China.
O primeiro dia dos líderes terminará com um show de música clássica no teatro grego e um jantar oferecido pelo chefe do Estado italiano, Sergio Mattarella.
Na manhã de sábado, último dia da cúpula, haverá uma sessão centrada na promoção do desenvolvimento e da inovação no Continente Africano, da qual participarão representantes de cinco países. Estarão presentes o primeiro-ministro da Etiópia, Hailemariam Desalegn, e os presidentes do Níger, Mahamadou Issoufou, do Quênia, Uhuru Kenyatta, da Nigéria, Muhammadu Buhari, e da Tunísia, Beji Caid Essebsi.
Em seguida, outra reunião abordará temas globais, como políticas de gênero e segurança alimentar, mas sobretudo a questão dos refugiados, tema que afeta especialmente a Itália, receptora, a cada dia, de centenas de imigrantes. Às 13h (hora local, 10h em Brasília), os líderes do G7 participarão de um almoço de trabalho no qual tratarão as relações internacionais do grupo, com especial ênfase nas relações com a Rússia, antigo parceiro excluído após a anexação da Crimeia em 2014.
Por último, o primeiro-ministro italiano Gentiloni, na qualidade de presidente de turno do G7, dará entrevista coletiva, seguida pelos demais líderes.
À cúpula de Taormina também irão o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a diretora do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, os presidentes do Banco Mundial, Jim Yong Kim, e da Comissão da União Africana, Moussa Faki. (Agência Brasil)
May pedirá a Trump que proteja as informações
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, pediu ontem ao presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, que “mantenha em segurança” as informações de inteligência que lhe forem transmitidas de forma confidencial pelas autoridades britânicas. A informação é da Agência EFE.
Em declaração gravada à emissora BBC, May disse que expressará a Trump – durante a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que ocorreu ontem em Bruxelas – seu descontentamento pelos vazamentos nos EUA sobre o atentado de segunda-feira (22) em Manchester.
A líder conservadora disse também que o estado de alerta para terrorismo no Reino Unido se mantém “crítico”, após o ataque suicida no ginásio Manchester Arena, que deixou 22 mortos e 64 feridos. Cerca de mil militares ajudarão a polícia nos trabalhos de vigilância.
A mensagem foi divulgada pela chefe do governo britânico antes de viajar à capital belga, após presidir reunião do comitê de emergência Cobra, coordenado por integrantes do alto escalão do governo e da área de segurança.
Anteriormente, a emissora pública britânica BBC tinha informado que a polícia que investiga o atentado em Manchester deixou de compartilhar informações com as autoridades americanas por causa dos vazamentos contínuos feitos por esse país à imprensa sobre o ataque.
A divulgação de dados por parte do governo Donald Trump, como a identidade do terrorista suicida e a divulgação anteontem (24) pelo jornal The New York Times de imagens do local do ataque, provocou mal-estar entre as autoridades britânicas.
A líder acrescentou que o estado de alerta para terrorismo no Reino Unido se mantém “crítico”, no nível mais alto, e que foi elevado após o ataque suicida na Manchester Arena. O ataque foi feito ao fim da apresentação da cantora pop norte-americana Ariana Grande pelo britânico de origem líbia Samal Abedi, de 22 anos.
Além disso, May anunciou que cerca de mil soldados ajudarão a polícia nas tarefas de segurança neste fim de semana prolongado no país, já que a segunda-feira é feriado (Oak Apple Day).
Na cúpula do G7, nesta sexta-feira e no sábado em Taormina, na Itália, a chefe do governo britânico vai liderar, segundo ela, “um debate sobre a luta contra o terrorismo” e sobre como é possível colaborar para “prevenir a preparação de atentados pela internet e deter a propagação dessa ideologia extremista odiosa nas redes sociais”.
May agradeceu as manifestações “de condolência e apoio” que recebeu de líderes internacionais nos últimos dias.
(Agência Brasil)