Ex-gerente da Petrobras e ex-banqueiro são presos pela Polícia Federal
Ambos são suspeitos de corrupção na compra de um campo seco de petróleo em Benin, na África, e teriam recebido S$ 5,5 milhões de propina
A força-tarefa da Operação Lava Jato, no Rio de Janeiro,
prendeu na manhã de hoje (26) um ex-gerente da Petrobras e um ex-banqueiro, na
41ª fase da operação. Os dois são suspeitos de corrupção na compra de um campo
seco de petróleo em Benin, na África, e teriam recebido S$ 5,5 milhões de em
propina. O dinheiro foi pago pela empresa Companie Beninoise des Hydrocarbures
SARL (CBH), que vendeu o campo à estatal brasileira.
Policiais federais cumprem no Rio de Janeiro mandados na
zona sul e na zona oeste da capital. Além de um mandado de prisão temporária
contra o ex-banqueiro e outro, de prisão preventiva, contra o ex-gerente da
Petrobras, os agentes também fazem buscas em cinco endereços. Três pessoas já
foram conduzidas coercitivamente para depor. Dois mandados de busca estão sendo
cumpridos em São Paulo e um em Brasília.
Entre outros crimes, os suspeitos podem responder por
corrupção, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O
ex-gerente, o ex- banqueiro e outras cinco pessoas, relacionadas a cinco contas
mantidas na Suíça e nos Estados Unidos, são suspeitos de terem recebido
pagamentos ilícitos, entre 2011 e 2014, que totalizaram mais de U$ 7 milhões.
Segundo o Ministério Público Federal, os pagamentos de
propina que garantiram a venda do campo sem petróleo à Petrobras foram
intermediados pelo lobista João Augusto Rezende Henriques, operador do PMDB no
esquema que causou prejuízos à estatal. O lobista está preso desde setembro de
2015, no âmbito da Operação Lava Jato, e cumpre pena de sete anos de prisão por
corrupção e lavagem de dinheiro, em decorrência dos mesmos fatos, mas em outro
processo.
No mesmo processo que sentenciou o lobista, foram condenados
também o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e o ex-diretor da
Petrobras Jorge Luiz Zelada.
Os fatos começaram a ser investigados em agosto de 2015, a partir da cooperação
internacional com o Ministério Público da Suíça. Segundo o MPF, os documentos
enviados pelo país europeu comprovaram o pagamento de subornos de cerca de R$
36 milhões, para concretizar a aquisição, pela Petrobras, do campo de petróleo
em Benin, por U$ 34,5 milhões. (Agência Brasil)