Baixo quórum adia votação de possíveis melhorias do serviço
Uma das poucas ações tomadas na ocasião é que será requerido às empresas a apresentação da planilha de custo desde 2007 até o ano passado
Mardem Costa Jr.
A reunião da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia (CDTC-RMG) realizada ontem (12) não votou os oito itens que estavam em pauta, entre eles o fim da tarifa única do ônibus na Grande Goiânia e a possibilidade dos municípios assumirem a gestão dos terminais de integração devido ao quórum baixo de titulares.
Uma das poucas ações tomadas na ocasião é que será requerido às empresas a apresentação da planilha de custo desde 2007 até o ano passado. De acordo com Clécio Alves (PMDB), autor do requerimento, será a oportunidade delas provarem a situação financeira que se encontram.
Dos 11 membros do colegiado, apenas cinco estavam presentes. Novamente, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), não compareceu à reunião, alegando compromissos assumidos anteriormente.
Por causa do esvaziamento, coube apenas aos presentes apresentar requerimentos com providências a serem tomadas até o próximo encontro, previsto para julho ou agosto. Ao abrir o encontro, o presidente da CDTC e prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (PMDB), fez questão de ressaltar o caráter público e transparente da reunião, lembrando a iniciativa era a segunda apenas este ano. O gestor de Aparecida comentou sobre a visita que fez a Curitiba (PR), onde conheceu o sistema de transporte coletivo da cidade, um dos mais avançados do Brasil. Mendanha assevera ainda que espera que a Câmara Deliberativa possa apresentar resultados positivos até fevereiro do próximo ano, quando está prevista a discussão de um possível reajuste do preço do transporte coletivo. “Queremos avançar na discussão”, sublinha.
Embate
O ponto alto da reunião foi o embate entre Alves, representante da Câmara Municipal de Goiânia na CDTC. e o secretário Vilmar Rocha, titular da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Cidades, Infraestrutura e Assuntos Metropolitanos de Goiás (Secima), Vilmar Rocha. Ao discursar, Rocha ressaltou a atitude do governador Marconi Perillo (PSDB) em arcar com a integralidade do Passe-Livre Estudantil , o que cobriu 5% dos 8% cobrados pelas concessionárias e evitou a majoração da tarifa para R$ 4. “O projeto deve ser apresentado nos próximos dias à Assembleia Legislativa e deve ser votado pelos deputados até agosto”, frisa.
Vimar Rocha também propôs a criação de um fundo de financiamento do transporte coletivo alimentado por recursos oriundos do Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA) e de um tributo sobre os combustíveis semelhante à Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). “Não existe almoço grátis”, arremata.
Clécio rebateu o secretário, acusando o Governo de Goiás de ludibriar a população, negando que o Estado esteja arcando em dia com a parcela do Passe-Livre Estudantil e rememorou o Pacto pelo Transporte Coletivo, que previa ações estaduais em parceria com os 20 municípios em 2014, e que jamais foi cumprido, segundo ele.
A resposta veio pelo Superintendente da Juventude, Leonardo Felipe, que ressalta que o governo goiano destina verba anual de R$ 39 milhões apenas com esta gratuidade.