Cunha depõe à PF e afirma que seu silêncio nunca esteve a venda
Cunha está sendo interrogado em inquérito que investiga o presidente da República Michel Temer após as delações premiadas dos executivos da JBS
O
ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha depõe hoje (14) na Polícia
Federal (PF) de Curitiba. A audiência começou às 11h , com a presença de um
representante da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Cunha
está sendo interrogado em inquérito que investiga o presidente da República
Michel Temer após as delações premiadas dos executivos da JBS. O presidente da
empresa, Joesley Batista, gravou em março deste ano uma conversa no Palácio do
Jaburu sobre a relação de Joesley com Cunha.
Segundo o advogado dele, Rodrigo Rios,
foram feitas 47 perguntas ao deputado cassado e ele respondeu as que eram
relacionadas ao conteúdo da delação dos donos do frigorífico JBS.
Ao deixar a PF, o advogado de Cunha, Rodrigo
Rios, disse para a imprensa que o ex-deputado reafirmou que “o silêncio
dele nunca esteve à venda” e que nunca foi procurado por Temer ou
interlocutores do presidente para comprar o silêncio dele. “Ele negou
categoricamente”, disse Rios.
Segundo
Rios, Cunha não respondeu os questionamentos relacionados ao suposto
recebimento de propina por parte de empresas interessadas em obter empréstimos
do Fundo de Investimentos do FGTS, por ser um tema que não faz parte do
inquérito que investiga Temer.
Ontem
(13), a defesa de Cunha requereu ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso às
investigações da JBS, inclusive a gravação de Batista, com antecedência mínima
de 48 horas do depoimento à PF. Por isso, o documento enviado à Corte também
pediu a readequação da pauta da audiência marcada para esta manhã.
Eduardo
Cunha foi condenado a 15 anos de prisão no âmbito da Operação Lava Jato. Ele
está detido no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na região metropolitana de
Curitiba.
O
presidente da República nega as acusações da PGR. Em documento enviado ao STF
na semana passada, a defesa de Michel Temer afirmou que ele é “coadjuvante
de uma comédia bufa, encenada por um empresário e criminoso confesso e agora
está sendo objeto de uma inquirição invasiva, arrogante, desprovida de respeito
e do mínimo de civilidade”.
(Com informações da Agência Brasil)