Ministro do STF nega pedido de Aécio para que plenário decida sobre prisão
Na decisão, Marco Aurélio considera que o “desfecho desfavorável a uma das defesas é insuficiente ao deslocamento”
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco
Aurélio Mello negou a solicitação feita ontem (16) pela defesa do senador
afastado Aécio Neves (PSDB-MG) para que o pedido de prisão contra ele seja
julgado por todos os 11 integrantes da Corte, em plenário, e não pela Primeira
Turma, composta por cinco ministros, conforme previsto. Na decisão, Marco
Aurélio considera que o “desfecho desfavorável a uma das defesas é
insuficiente ao deslocamento”.
Ao negar um primeiro pedido de prisão de Aécio feito pela
Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro Edson Fachin, então relator
do caso, mencionou a garantia constitucional do parlamentar, mas disse que, em
um momento posterior, o assunto deveria ser mais bem discutido em plenário.
Entretanto, após a redistribuição do processo, a pedido da defesa, o novo
relator, Marco Aurélio Mello, pautou a questão para a Primeira Turma.
O advogado Alberto Zacharias Toron, que representa Aécio,
pediu que o caso fosse a plenário, argumentando que o tema afeta a relação
entre os Poderes, e, por isso, deveria ser analisado pela composição completa
do Supremo, “diante do inegável alcance político/institucional que a
controvérsia assume”.
Com o pedido indeferido, o caso segue com a Primeira
Turma, que deverá analisá-lo na próxima semana. Está agendado para terça-feira
(20) o julgamento de dois recursos: um do procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, que quer a prisão preventiva de Aécio, e outro do próprio
senador pedindo que seja assegurada sua liberdade.
Para julgar a questão, os ministros deverão analisar a
aplicação ao caso do Artigo 53 da Constituição, segundo o qual os parlamentares
“não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável”.
Nesta semana, a Primeira Turma do STF decidiu, por 3
votos a 2, manter Andrea Neves, irmã de Aécio, presa preventivamente, ao julgar
improcedente um recurso da defesa. Votaram a favor da prisão os ministros Luís
Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux, enquanto o relator, Marco Aurélio
Mello, e Alexandre de Moraes votaram pela soltura da investigada.
(Agência Brasil)