Presidente da Colômbia é notificado para depor no caso
Depoimento do chefe de Estado não será presencial, mas através de um questionário que será enviado pela Suprema Corte
A Suprema Corte de Justiça da Colômbia notificou o presidente
do país, Juan Manuel Santos, para depor dentro da investigação preliminar que
se segue contra o senador governista Bernardo Miguel Elías Náder pelo caso de
subornos da Odebrecht, informou hoje (11) o tribunal.
Uma fonte da Corte disse à Agência Efe que Santos e outros
ministros do seu gabinete “serão chamados para depor como testemunhas dentro do
processo” contra o político do departamento caribenho de Córdoba, detido ontem
em Bogotá por ordem do Supremo. O depoimento do chefe de Estado não será
presencial, mas através de um questionário que será enviado pela Suprema Corte,
explicou a fonte.
O ministro do Interior colombiano, Guillermo Rivera,
assegurou hoje que o presidente Santos e os membros do seu gabinete atenderão à
citação do Supremo. “O governo atenderá aos requerimentos da Justiça”, disse o
ministro a jornalistas, acrescentando que “este foi um governo que se
caracterizou por ser respeitoso da administração da justiça e, como em todos os
casos, está pronto a dar resposta”.
Meios de comunicação locais indicaram que a Corte Suprema de
Justiça decidiu coletar o depoimento de Santos e vários ministros e
ex-ministros a pedido da defesa de Elías para averiguar como se assinou com a Odebrecht
o contrato para a construção da via Ocaña-Gamarra, na Ruta del Sol II.
No processo também prestarão depoimento os ministros de
Fazenda, Mauricio Cárdenas; de Agricultura, Aurelio Iragorri, e a chanceler,
María Ángela Holguín. Também falarão à Justiça o ex-vice-presidente Germán
Vargas Lleras, os ex-ministros de Interior, Juan Fernando Cristo, de Defesa,
Juan Carlos Pinzón, de Minas, Tomás González, e de Educação Ginna Parody, entre
outros.
As provas enviadas à Suprema Corte de Justiça indicam que o
grupo político do senador, conhecido como “Bobo” Elías, supostamente recebeu
cerca de 17 bilhões de pesos (US$ 5,6 milhões) provenientes das propinas
relacionadas com contratos da construtora brasileira.
Pelo caso da Odebrecht na Colômbia foram detidos o
ex-vice-ministro de Transporte, Gabriel García Morales, o ex-senador Otto Bula
e o ex-assessor da Agência Nacional de Infraestrutura, Juan Sebastián Correa,
além de vários empresários.
A primeira condenação pelo caso Odebrecht na
Colômbia foi uma de sete anos contra o empresário Enrique Ghisays Manzur pelos
delitos de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.